Financiamento farto com mais bancos no páreo

Para quem procura pelo recurso, a ampliação da concorrência significa mais oportunidades de negociação

Escrito por Redação ,
Legenda: A Caixa, principal agente financiador da habitação no País, movimentou em 2014, somente no Ceará, pouco mais de R$ 1 bilhão em crédito imobiliário, resultante de 9.510 unidades contratadas
Foto: FOTO: MARÍLIA CAMELO

Impulsionados principalmente pelos incentivos federais que buscam facilitar as condições de pagamento, os financiamentos imobiliários no País vêm agregando outro fator que contribui para sua expansão: a entrada de mais entidades financeiras na oferta deste tipo de crédito. A linha do financiamento imobiliário, antes praticamente restrita à Caixa Econômica Federal, passou a integrar os serviços de outros bancos, abrindo oportunidade de negócio a longo prazo para as instituições e ampliando o poder de escolha dos mutuários.

O Banco do Brasil (BB), por exemplo, uma das instituições que inseriu esse produto em seu portfólio, registrou, em 2014, incremento de 71% na carteira de financiamento imobiliário, anotando crescimento de R$ 2,6 bilhões no crédito para pessoa física. Somente no Ceará, o volume de crédito da carteira imobiliária cresceu 650% em quatro anos, indo de R$ 46 milhões negociados em 2010 para R$ 345 milhões em 2013. No ranking nacional de volume de contratação, o Estado ocupa o 11º lugar, segundo o BB, e deve encerrar 2014 com R$ 650 milhões financiados na carteira imobiliária. Para manter o ritmo de crescimento, o banco tem apostado em estratégias como as operações com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), adotadas no ano passado.

O Itaú, que também tem investido nesse nicho, apresentou crescimento de 26,1% no crédito imobiliário no País, no período compreendido entre junho de 2013 e igual mês deste ano, enquanto o Bradesco registrou elevação de 34,8% nessa modalidade, nos últimos 12 meses, chegando a R$ 15.564 milhões financiados em junho deste ano.

Já a Caixa Econômica, movimentou em 2014, somente no Ceará, pouco mais de R$ 1 bilhão em financiamento imobiliário, resultante de 9.510 unidades contratadas. A expectativa do banco é crescer, em 2014, 10% no setor, em comparação com o ano passado.

Estabilidade motiva

Para as instituições financeiras, a aposta nesse mercado é vantajosa devido à estabilidade que ele representa. "Os bancos têm interesse pelo relacionamento de longo prazo com o cliente, além disso, o mercado financeiro considera que não há risco elevado nessas transações devido à importância do imóvel para quem está adquirindo", analisa o economista e diretor executivo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Alex Araújo.

Além disso, fatores como o sistema de amortização adotado, que permite maior controle do mutuário sobre as parcelas, e a relação considerada justa entre o mercado e as taxas de juros, segundo o economista, contribuem para que o nível de inadimplência do setor não seja alto, o que representa outro atrativo para os bancos.

Do ponto de vista de quem procura um financiamento, a ampliação da concorrência significa mais oportunidades de negociação. "Isso colabora para o maior nível de escolha do consumidor e estimula a competição entre as instituições financeiras, reduzindo os custos da operação", aponta Araújo.

Mesmo com as condições mais favoráveis ao mutuário, o mercado imobiliário ainda enfrenta restrições que impactam, principalmente, no bolso do consumidor. O imposto pago pela transferência do imóvel e o custo dos registros em cartórios são algumas taxas que, segundo Araújo, pesam no orçamento do imóvel e não são incluídos no valor financiado. "Se pudéssemos, por exemplo, reduzir essas taxas, ajudaria esse mercado a cumprir a função social de garantir a habitação", projeta.

(JC)

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