Feiras têm ajudado a elevar vendas

Fabricantes locais garantem retorno ao abastecer feiras de confecções em vários bairros da Capital

Escrito por Redação ,
Legenda: Além de revender em feiras de confecção, Neide Laura aposta nas vendas virtuais
Foto: Foto: Bruno Gomes

Há quatro anos, a família de Wilder Barros de Sousa, 38, resolveu trocar a rotina de administração do agronegócio em Senador Pompeu, no sertão cearense, pelo barulho de máquinas costurando metros e mais metros de jeans, em Maracanaú. "A seca prejudicava muito o nosso negócio, não estava compensando. Vimos alguns parentes investindo na produção com jeans e resolvemos tentar também", lembra Wilder.

Hoje, ele assume o posto de representante comercial da Conceito's, marca de jeans especializada em moda feminina, registrada no nome do irmão, e que chega a produzir, por mês, cerca de 15 mil peças. A produção abastece feiras de confecções, além de revendedores e lojas diretas em outros Estados. "Estamos no Feirão São José, Cascavel, Ipu, Aprazível, Pacajus", detalha o representante comercial.

A confecção das peças é dividida: a costura e montagem básica é feita em facções, de modo semelhante ao de grandes marcas cearenses de jeans, já o acabamento, como a aplicação de pedrarias, etiquetas e outros retoques, é feito no próprio parque industrial da empresa, que emprega oito funcionários. "Jeans é um produto bom de trabalhar porque vende fácil", defende.

Nos últimos meses, Wilder afirma ter sofrido queda nas vendas, o que ele considera ser reflexo de uma crise geral, ainda assim, o negócio vem rendendo bons frutos, já que, para este ano, estão previstas reformas de expansão da fábrica.

A concorrência para quem depende do mercado das feiras é acirrada e desleal, garante Wilder. "A nossa maior dificuldade, hoje, é a disputa com os informais. Eles não pagam impostos e colocam preço muito baixo nas peças, quem não tem conhecimento de qualidade de mercadoria leva o produto deles", relata.

As peças confeccionadas em Pernambuco, um dos maiores polos do País, também competem com o produto cearense, segundo o representante. Para garantir o espaço da marca, é preciso desenvolver as próprias estratégias: "Ter qualidade e investir em divulgação, esse é o segredo", revela.

Outros canais

A microempresária Neide Laura Sá Ximenes, 22, também aposta nos métodos de Wilder para conquistar clientela para a Tá Linda Jeans, marca que ela administra há cerca de quatro anos. Agora, além de revender em feiras de confecções, Neide está experimentando outra forma de fechar negócios: a venda virtual. "No fim do ano passado criamos a página da marca do Facebook, e está dando certo, porque alguns clientes estão fazendo pedidos por lá", conta. Há alguns meses, a marca ganhou também uma loja física, na Granja Portugal, vendendo tanto no varejo quanto no atacado.

A produção de Neide é toda por meio de facções: "Já tive muitas experiências com costureiras, e não foram boas, as pessoas não são qualificadas para trabalhar com jeans", explica. Voltada também para as peças femininas, a quantidade mensal de mercadorias produzidas pela Tá Linda Jeans, segundo a empresária, varia entre cinco mil e oito mil peças, dependendo da intensidade das vendas.

Mesmo afirmando que seu negócio "está apenas engatinhando" frente a produção das outras marcas, Neide já percebe algumas dificuldades do ramo de feiras: "Falta crédito dos bancos pra gente ter capital de giro garantido, além disso, é difícil encontrar pessoas que aguentem nosso ritmo de trabalho, que é bastante puxado", lista. (JC)

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.