Feira livre garante economia comparada a supermercado

Dos 16 itens verificados, dez saem mais em conta se o consumidor optar por adquiri-los nas bancas, com feirantes

Escrito por Redação ,
Legenda: Encontrar produtos mais frescos que os dos supermercados e também a relação de amizade estabelecida com os donos das bancas nas feiras são outros motivos que cativam o consumidor
Foto: Foto: Helene Santos

Na busca pelo menor preço de hortaliças e frutas, muitos consumidores mantêm, há anos, o costume de frequentar as feiras livres de Fortaleza. Quem possui essa tradição continua economizando. A diferença de valores entre alimentos encontrados nesses locais, comparada aos dos supermercados, pode chegar a 133,1%. Foi o que constatou a reportagem, em pesquisa direta realizada ontem.

Foram levantados preços de 16 itens, em um supermercado e em uma feira de rua no bairro Fátima. A constatação é que dez deles saem mais em conta se o consumidor optar por adquiri-los nas bancas da feira.

A maior variação (133,1%) foi verificada com relação ao valor do quilo do maxixe, que na feira pode ser adquirido por R$ 6, mas no supermercado é comercializado por mais que o dobro do valor (R$ 13,99).Vale destacar, também, o preço da unidade do abacaxi, que pode ser comprado por menos da metade da quantia (R$ 2) na feira, em comparação com o valor do ponto comercial (R$ 4,28).

A banana prata é outro item que pode sair bem mais caro no supermercado. No comércio ao ar livre, o quilo da fruta custa R$ 2,50. Na loja pesquisada pela reportagem, o mesmo peso sai por R$ 4,39, representando uma variação de 75,6%.

Atrativos

Apesar disso, os preços baixos não são os únicos atrativos para a clientela fiel das feiras. "Aqui nós encontramos produtos mais frescos e temos um atendimento mais humano", avalia o aposentado João José, 68, que há mais de 20 anos tem o hábito de adquirir os produtos no comércio ao ar livre. Ele ressalta que a proximidade com os vendedores acaba facilitando a negociação pelo menor preço.

"Eles (os feirantes) são meus amigos e aqui tem o que eu quero. É um pessoal que sabe nos receber bem", ressalta a comerciante Nilce Oliveira, 74, outra cliente de longa data da feira localizada no bairro de Fátima. A consumidora afirma que "nem repara" nos preços, destacando que o frescor de frutas e hortaliças compensam realizar a compra na feira.

Feijão verde

No entanto, não é sempre que o consumidor irá se deparar com valores mais acessíveis nas feiras de rua, podendo ser surpreendido com altas e baixas nos preços. Foi o que aconteceu com o auditor Carlos Melo, 62. "Antes, a latinha de feijão verde (400g) estava custando R$ 2,50. Agora, ela está de R$ 5", reclama o consumidor.

O feirante Dorival Vidal explica que os valores repassados aos consumidores dependem das épocas de fartura. Assim, a atual seca no Nordeste tem desfavorecido a situação para o consumidor. "O feijão verde é uma leguminosa 'de inverno'. Se não tem inverno...", observa.

Mais caro

Dos 16 itens pesquisados pela reportagem, seis saem mais caros nas feiras de rua, com destaque, por exemplo, para o quilo do maracujá, que pode ser comercializado por R$ 5 no local. Enquanto isso, no supermercado, a fruta foi encontrada por R$ 3,98, preço 20,4% menor que o verificado na feira.

O Diário do Nordeste procurou esclarecimentos sobre os preços praticados à Associação Cearense de Supermercados (Acesu), mas as ligações feitas ao presidente não foram atendidas até o fechamento desta edição.

Murilo Viana
Repórter

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