Fatores internos entravam avanço do setor têxtil

Escrito por Redação ,
Legenda: Rafael Cervone participou, ontem, do seminário "Circuito Abit/Texbrasil - Competitividade e Internacionalização", na sede da Fiec
Foto: Foto: Bruno GOmes

Embora tenha a invasão de produtos importados como um dos maiores obstáculos para avançar nos próximos anos, o setor têxtil, no País, também tem sido fortemente afetado por fatores internos. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Rafael Cervone, fatores como a burocracia excessiva, altos custos para a produção e gargalos logísticos têm sido mais prejudiciais ao setor do que questões ligadas à crise internacional e ao volume de expressivo de roupas importadas da China.

Um dos maiores entraves para a indústria têxtil, salienta Cervone, é falta de previsibilidade para o setor. Conforme aponta, a dificuldade das fábricas para saber quais medidas serão adotadas pelo poder público - quanto à tributação e o abastecimento de insumos, por exemplo - resulta em maiores custos e limitações para o planejamento.

"Acho que 70% dos nossos problemas são internos. Nós enfrentamos hoje problemas com energia elétrica, falta de água, logística cara. Mas é possível a gente se reerguer. É preciso desonerar, simplificar a vida das empresas e dar um pouco de previsibilidade ao setor", frisa. Na tarde de ontem, Cervone proferiu uma palestra sobre as perspectivas e desafios do setor. A palestra fez parte do seminário "Circuito Abit/Texbrasil - Competitividade e Internacionalização", realizado na sede da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).

Recuo

Entre janeiro e julho deste ano, a produção da indústria têxtil cearense caiu 22%, frente igual período de 2013. Conforme Cervone, a queda, no País, foi de 6,7% no mesmo período. Nos nove primeiros meses de 2014, o Ceará respondeu por 2,45% do total de importações brasileiras de produtos têxteis e confecção.

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