Falta de linhas afeta geração de energia no Estado

Com grande potencial eólico e solar, o Ceará pressiona órgãos federais por mais linhas de transmissão

Escrito por Redação ,
Legenda: Os projetos eólicos e solares prejudicados pela falta de linhas de transmissão somam 4.000 MW no Litoral Oeste e 2.000 MW no Litoral Leste

Com pelo menos 6.000 megawatts (MW) em projetos de energia eólica e solar prontos para serem efetivados nos próximos dois anos, mas impossibilitados de avançar por falta de linhas de transmissão e de subestações elétricas, o governo do Estado volta a negociar com órgãos federais do setor soluções para minimizar os prejuízos gerados por atrasos em obras e causados por outras que sequer iniciaram.

Na tarde de ontem, o secretário adjunto de Energia, Mineração e Telecomunicações do estado do Ceará, Renato Rolim, participou, em Recife, de reuniões para tratar da atual situação da rede básica das linhas de transmissão em 230kV e 500 kV, de responsabilidade do governo Federal, no Ceará.

Os encontros foram com o novo presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), José Carlos de Miranda Farias, e com o gerente executivo do Operador Nacional do Sistema (ONS), Saulo Cisneiros.

Reativação

Segundo Renato Rolim, os projetos eólicos e solares prejudicados somam 4.000 MW no Litoral Oeste e 2.000 MW no Litoral Leste. Obras que se forem viabilizadas nos próximos dois anos, poderão acrescer à economia cearense valor estimado em R$ 25 bilhões, gerar 50 mil postos de trabalho na fase de implantação, além de estimular o desenvolvimento econômico e social nos locais das instalações.

Entre as obras de construção de linhas de transmissão e de subestações que foram ganhas em leilão e que sequer saíram do papel estão linhões de transmissão em Aracati, Ibiapina, na Serra da Ibiapaba, e em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. Segundo ele, um dos projetos está a cargo da empresa Braxenergy, que, apesar de ter ganho, em leilão, em 2013, a licitação para realizar a obra, até agora nada fez."O que fomos pedir à Chesf é que ela intervenha nesse processo. Ou que obrigue a Braxenergy a realizar a obra ou que a Chesf a assuma", declarou o secretário.

Segundo ele, já se passaram dois anos do leilão, e a menos de um ano para expirar o prazo de entrega da linha de transmissão pronta, até agora, a Braxenergy sequer requereu à Semace, as licenças ambientais para início dos trabalhos. A reportagem buscou a Braxenergy, mas as ligações não foram atendidas.

Se tais linhas de transmissão e subestações estivessem concluídos, explicou ainda o secretário, mais energia estaria circulando na rede, menos energia estaria sendo comprada de termelétricas e menores poderiam ser os valores das contas de luz dos consumidores.

"Vamos na próxima semana, à Aneel e à Secretaria de Desenvolvimento Energético, do Ministério das Minas e Energia, para saber porque estas obras estão paradas", frisou.

Antecipação

Além da pressão para retomada de obras paradas, o secretário disse que busca também, incluir no leilão de energia previsto para outubro próximo, a inclusão de novos projetos de energia eólica e solar do Estado. Conforme disse, são projetos já prontos para serem implantados nas cidades de Acaraú, Pecém, Sobral, Ibiapaba, Russas e Aracati etc.

Carlos Eugênio
Repórter

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