Exportações do CE no maior nível desde 2014

No mês passado, as vendas estaduais para o exterior somaram R$ 142,7 milhões, de acordo com o Mdic

Escrito por Bruno Cabral - Repórter ,
Legenda: Apesar do resultado positivo, em setembro o Estado registrou déficit de US$ 41,6 milhões na balança comercial, devido ao aumento das importações, que cresceram 47% em relação a agosto, somando US$ 184,3 milhões
Foto: FOTO: RODRIGO CARVALHO

O valor das exportações cearenses em setembro (US$ 142,7 milhões) atingiu o maior patamar desde agosto de 2014 (US$ 149,2 milhões). No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o Estado exportou US$ 827,9 milhões, o que representa um crescimento de 11% em relação ao valor exportado no mesmo período do ano passado (US$ 745,7 milhões). E com relação a agosto (US$ 126,2 milhões), a alta, em setembro, foi de 13%.

A maior parte das exportações no mês (US$ 104,0 milhões) foi de produtos industrializados, cujo valor registrou crescimento de 4,3% em relação a agosto. Já os itens básicos somaram US$ 37,4 milhões em setembro, o que representou um incremento de 48,7% na comparação com o mês anterior. As informações são do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic)

Para Eduardo Bezerra, superintendente do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN/CE), da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), o resultado de setembro sinaliza que o pior momento para as exportações cearenses pode ter ficado para trás. "Isso não significa um prognóstico para o fim do ano, até porque o Ceará continua sendo um grande exportador de frutas e a seca ainda não a acabou, mas setor calçadista, que não depende de chuvas, ajuda a sustentar as nossas exportações".

O produto mais exportados no acumulado do ano foi a castanha de caju, fresca ou seca, sem casca, com US$ 78,2 milhões, referentes a 9,5 mil toneladas. O valor foi 21,9% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Em seguida aparece o item de couros/peles, bovinos, com US$ 63,2 milhões, queda de 9,1% em relação aos nove primeiros meses de 2015. E como terceiro item mais exportado pelo Estado no ano, aparece o grupo de partes de outros motores/geradores, com US$ 54,3 milhões, o que representou um crescimento de 85,2% em relação ao valor exportado de janeiro a setembro do ano passado.

Eduardo Bezerra ressalta que, mesmo sem rebanho, o setor de couros vem se destacando na pauta de exportações do Estado. "O Ceará compra couro do Brasil central, industrializa aqui, agrega valor e exporta", ele diz. "Como não há seca nas regiões produtoras, o setor coureiro também sustenta esse resultado satisfatório", completa.

Bezerra acredita ainda que o setor de granito deve impulsionar as exportações cearenses num futuro próximo. "O granito representa o setor mais promissor do estado do Ceará. Antigamente as rochas saiam do Ceará e iam para o Espírito Santo, onde eram processadas lá e saiam pelo porto de Tubarão. Agora, dez empresas estão vindo para o Ceará, e eles podem fazer o processamento das rochas na ZPE (Zona de Processamento e Exportação), ganhando uma economia incrível de frete".

Balança deficitária

Apesar do resultado positivo, em setembro o Estado registrou déficit de US$ 41,6 milhões na balança comercial, devido ao aumento das importações. Em setembro, o Ceará importou US$ 184,3 milhões, 47% a mais do que em agosto. No acumulado de janeiro a setembro, o déficit comercial já chega a US$ 2,1 bilhões, valor cerca de 50% superior ao déficit acumulado no mesmo período de 2015. No ano, o produto que liderou as importações foi o Gás Natural Liquefeito (GNL), no valor total de US$ 202,6 milhões.

Países

O principal destino das exportações cearenses, de janeiro a setembro, foram os Estados Unidos, para onde foram enviados US$ 210,5 milhões em mercadorias, 18,4% a mais do que no mesmo período de 2015. Em seguida aparecem Argentina (US$ 87,9 milhões), Alemanha (US$ 69,8 milhões), Hungria (US$ 46,5 milhões) e Holanda (US$ 45,8 milhões). Os valores divulgados pelo Mdic são em US$ FOB (Free on Board), modalidade pela qual o exportador é responsável pela carga até que esta seja embarcada no navio, ficando os custos com frete sob responsabilidade do importador.

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