Estoque de imóveis no Ceará é de 9 mil unidades

Setor imobiliário vai se empenhar para reduzir quantitativo no 1º semestre. Lançamentos previstos só para o 2º

Escrito por Redação ,
Legenda: Maioria das unidades que aguardam comprador é de classe média
Foto: Foto: FABIANE DE PAULA

Com mais de nove mil unidades habitacionais em estoque no Estado, o setor imobiliário vai se empenhar para reduzir esse quantitativo e vender parte dos imóveis já existentes no primeiro semestre de 2018. De acordo com André Montenegro, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), maiores lançamentos das construtoras só devem voltar a acontecer no segundo semestre do próximo ano.

A expectativa do setor para 2018, na avaliação do presidente, é que seja um ano positivo, com boas vendas. "Já estamos sentindo que os clientes estão retornando aos stands. A dificuldade maior são os da classe média, justamente por conta da falta de crédito e juros altos. Mas, com a queda dos juros e maior poder de consumo da população, esperamos resultados melhores", avalia Montenegro.

Caso os resultados se deem como o esperado, ele aponta que a indústria da construção civil deve retomar os lançamentos em maior proporção somente no segundo semestre. "Se tiverem lançamentos no primeiro semestre, serão pontuais. Nós vamos tentar vender nosso estoque no primeiro semestre e, no segundo, fazer mais lançamentos mesmo. Vamos ver como o mercado vai estar respondendo", destaca o presidente.

Quanto à retomada das contratações de operários para a construção civil, Montenegro prevê que isso só acontecerá no segundo semestre, ainda timidamente. O setor foi um dos que mais demitiram no Estado e no País durante os anos da crise econômica e ainda deverá levar algum tempo para voltar ao patamar anterior.

Favorável ao comprador

De acordo com Apolo Scherer, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis 15ª Região (Creci-CE), a queda do preço dos imóveis em 2017, sobretudo dos usados, tornou o momento mais favorável aos compradores. "Nunca, nos últimos 20 ou 30 anos, os imóveis estiveram com um preço tão baixo e em condições de compra tão convidativas", afirma, ressaltando que os imóveis na Capital estão de 20% a 25% mais baratos em relação ao preço real.

Scherer aponta que os construtores cearenses seguraram bastante os lançamentos nos últimos dois anos, o que, em conjunto com a atual redução dos juros e melhora da economia, torna o momento mais favorável para novos lançamentos. O presidente destaca ainda que o déficit habitacional está na ordem de seis milhões de imóveis no País e que existe uma forte demanda por unidades habitacionais, especialmente entre a população de baixa renda.

Segundo Scherer, em um cenário com a taxa de juros mais baixa, a prestação da casa própria ficará mais acessível aos consumidores e a caderneta de poupança - uma das principais fontes financiadoras de imóveis - ficará mais atrativa para os investidores, produzindo mais recursos para o setor. "A economia brasileira está apresentando índices melhores do que no ano passado", comemora.

O presidente do Creci-CE avalia que o aquecimento do setor, apesar de ainda tímido, eleva o otimismo de profissionais da área para 2018. "Estão previstos muitos lançamentos para o segundo semestre. Quando o segmento estava mais parado, o profissional corretor de imóveis investiu em capacitação. Agora, a expectativa é por um momento próspero para o mercado imobiliário", prevê Scherer.

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