Estado prevê até mais 3 usinas de dessalinização

Hoje, já existem estudos em andamento para um empreendimento do tipo. Trabalho deve ser concluído em maio

Escrito por Redação ,

O Governo do Ceará projeta ter 24% da população da Capital atendidos por água dessalinizada. De acordo com o governador Camilo Santana, o atual Chamamento Público de Manifestação de Interesse (PMI) para elaboração de estudos e projetos para a implantação de uma planta de dessalinização de água marinha na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) deverá ser adaptado para uma demanda maior que a considerada atualmente pelas duas empresas que estão fazendo o estudo para a instalação da usina (GS Inima e Acciona). Ainda neste ano, a depender dos resultados da quadra chuvosa, outras duas ou três dessalinizadoras de menor porte poderão ser contratadas pelo governo para suprir as necessidades de aproximadamente 4% dos fortalezenses. 

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O governador apresentou a previsão nessa sexta-feira (23), durante a reunião do Grupo de Lideranças Empresariais do Ceará (Lide-CE). O evento ocorreu no Palácio da Abolição e reuniu os principais líderes do Estado. Camilo Santana mostrou dados do Estado e respondeu a perguntas, para uma mesa debatedora formada pelo superintendente do Sistema Verdes Mares (SVM) e chanceler da Universidade de Fortaleza (Unifor), Edson Queiroz Neto; pela vice-governadora do Estado, Izolda Cela; pela presidente do Lide-CE, Emília Buarque; e pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Beto Studart. 

Apesar de ressaltar que não houve colapso mesmo com seis anos de seca, o governador avaliou que o Ceará está atrasado em relação à solução dos problemas com o abastecimento de água. “Nenhum Estado cresce, desenvolve oportunidades, em nenhum setor da economia, sem infraestrutura e, principalmente, sem água e energia. O grande desafio hoje é o negócio de água, que devemos resolver em médio prazo, com ações de infraestrutura sendo feitas como a transposição do Rio São Francisco, o Cinturão das Águas e com novas tecnologias. Estamos atrasados na dessalinização e reúso de água”, disse.

Para o governador, a meta é utilizar o estudo da implantação da usina de dessalinização e dobrar a capacidade. O trabalho, que está em andamento e tem previsão de conclusão em maio, prevê a instalação de uma usina com capacidade de geração de um metro cúbico por segundo (m³/s) de água dessalinizada do mar. “Nossa meta é chegar a 2 m³/s. Essa é a primeira PMI, temos a pretensão de ampliarmos com outra usina no Ceará”, disse. Conforme o gestor, as usinas atenderiam a cerca de 24% da população da Capital e Região Metropolitana, aproximadamente 1,44 milhão de pessoas.

Usinas menores

O presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Neurisangelo Cavalcante de Freitas, disse que caso a quadra chuvosa deste ano não seja suficiente para atender às necessidades da Capital, há algumas alternativas em estudo. Dentre elas, estaria a contratação de duas a três usinas de dessalinização de menor porte para a geração de água potável. 

“Para uma situação temporária, se não tivermos uma recarga boa nos mananciais da Região Metropolitana e do Açude Castanhão, teremos que começar a pensar outras alternativas para se obter água, e a ideia seriam plantas menores, de 100 litros por segundo (l/s) ou 150 l/s, na orla de Fortaleza. Seriam duas ou três, totalizando 300 l/s, ou 30% da que está sendo estudada. São usinas menores, em container, pré-fabricadas. Elas são geralmente utilizadas por empresas. A ideia que pensamos é na prestação de serviços”.

Freitas disse que haverá uma reunião, na próxima segunda-feira (26) e terça-feira (27), com as duas empresas que estão realizando o estudo da PMI. 

“O prazo que elas têm para nos entregar os projetos é maio. As equipes técnicas da Cagece e as equipes deles têm conversado sobre a sistemática. Temos reunião com eles na próxima semana, um dia para cada, para acompanhar os trabalhos e ver em que estágio o projeto está, para realmente não ter atrasos. Em seguida, vamos lançar um edital para contratação da empresa que fará o investimento e a operação, por um período de 23-25 anos”.

Jericoacoara

Na fala aos empresários, Camilo Santana disse que o Estado atua em três grandes vetores para o desenvolvimento: são prioridades o hub aéreo, hub portuário e hub tecnológico. 

Destacando as virtudes turísticas do Ceará, o governador afirmou que está negociando com mais duas empresas aéreas para atuarem no Aeroporto de Jericoacoara, que já conta com dez voos semanais pelas companhias Gol e Azul. Questionado sobre quais seriam as empresas e como estaria a negociação, se limitou a dizer que “está bem”.

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