Estado já exportou US$ 1,6 bi neste ano; avanço de 69,94%

Apenas em outubro, as vendas para o exterior somaram US$ 187,4 milhões, maior valor desde maio deste ano

Escrito por Bruno Cabral - Repórter ,

Em outubro, o valor das exportações cearenses apresentou um crescimento de 2,80% em relação a setembro, somando US$ 187,4 milhões, no maior valor desde maio (US$ 205,3 milhões). Já no acumulado de janeiro a outubro, o Estado exportou US$ 1,6 bilhão, valor 69,94% superior ao verificado em igual período do ano passado. Assim como nos meses anteriores, o principal item exportado pelo Ceará em outubro foram os produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, com US$ 88,7 milhões. No acumulado dos 10 primeiros meses do ano, as exportações desses produtos, produzidos pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), somaram US$ 807,4 milhões, o equivalente a 48,8% das exportações estaduais.

Outros destaques da pauta de exportação cearense em outubro foram os melões frescos (US$ 16,1 milhões), outros calçados cobrindo o tornozelo de borracha, plástico (US$ 12,5 milhões), castanha de caju (US$ 7,5 milhões), e calçados de borracha ou plásticos, com parte superior em tiras ou correias (US$ 7,0 milhões). Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

Em plena safra no Nordeste, o melão fresco atingiu, em outubro, o maior volume exportado do ano, com o equivalente a 70,6% de todo o valor exportado pelo Estado de janeiro a outubro (US$ 22,7 milhões). Em setembro, o Ceará havia enviado US$ 5,6 milhões (24,5%). E a expectativa é de que, em novembro, o produto também se destaque na pauta cearense.

No entanto, diferente das placas de aço e calçados, produzidos no Estado, grande parte dos melões escoados pelo Ceará são produzidos em outros estados. "Houve uma redução muito grande da produção cearense por causa da restrição de água, principalmente no Vale do Jaguaribe. E muitos produtores migraram para outros estados, como Piauí e Rio Grande do Norte. E em novembro ainda devemos ter uma safra relevante", diz Odálio Girão, analista de mercado da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa).

Importações

As importações somaram US$197,7 milhões no mês em outubro, valor 7,7% inferior ao de setembro. E, no acumulado do ano, o valor dos produtos recebidos pelo Estado somou US$ 1,9 bilhão, 38,6% abaixo do mesmo período de 2016, sendo o principal produto a hulha betuminosa não aglomerada, com US$ 415,8 milhões, o equivalente a 21,4% das importações. Em seguida aparecem, Gás Natural Liquefeito (US$ 262,7 milhões).

Mesmo com a evolução das exportações, a balança comercial do Estado apresentou um déficit de US$ 10,2 milhões em outubro, após a segunda queda mensal consecutiva, e um déficit de US$ 287,4 milhões, no acumulado de janeiro a outubro. Mas a tendência, segundo o consultor internacional Alcântara Macedo, é de que a balança cearense comece a apresentar superávits de forma consistente a partir de 2018, conforme a CSP aumente sua produção. "A CSP está aumentando a comercialização de placas e eles têm um compromisso muito forte com compradores estrangeiros. Acredito que de 2018 em diante os superávits serão constantes", diz Macedo.

Sobre a redução de quase 40% das importações do Estado, Macedo diz que a queda se deve, sobretudo, à antecipação da importação de matéria prima por parte da siderúrgica, quando a cotação do dólar estava mais baixa, "com isso eles fizeram um estoque forte".

Países

No ano, a maior parte das exportações cearenses foi para os Estados Unidos (US$ 346,8 milhões). Em seguida, aparecem México (US$ 243,5 milhões), Turquia (US$ 136,0 milhões) e Argentina (US$ 106,1 milhões). Nas importações, o principal emissor de produtos para o Ceará foi a China (US$ 339,9 milhões), seguido pelos Estados Unidos (US$ 271,7 milhões).

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