Equalizar preço e qualidade do produto é o maior desafio

Núbia teve de equilibrar os valores do cardápio com as expectativas dos clientes para garantir faturamento

Escrito por Redação ,
Legenda: Atualmente, Núbia vende em torno de 50 refeições a cada dia, funcionando das 8h às 14h. Poder ter mais tempo para a família, afirma, tem sido uma das principais vantagens do novo negócio
Foto: Foto: Bruno Gomes

Se manter a clientela, diante de um mercado competitivo, é um desafio para quem vende alimentos, cumprir essa meta em um período de alta dos preços e redução do ritmo da economia torna-se ainda mais difícil. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação para comidas e bebidas, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi de 4,84% ,de janeiro a abril deste ano. Considerando o intervalo entre abril do ano passado e igual mês deste ano, o aumento nos preços foi de 7,88%.

>De hobby, gastronomia se torna maior fonte de renda

"Acho que acabei escolhendo um ano muito complicado para começar (a vender refeições)", comenta a autônoma Núbia Alves, que abriu, em janeiro deste ano, um estabelecimento onde vende almoço para pessoas que moram ou trabalham próximo, no bairro Rodolfo Teófilo.

Malabarismo

Para Núbia, equilibrar os preços conforme os gastos necessários e as expectativas dos clientes tem sido uma das etapas mais difíceis do trabalho diário.

"É tipo um quebra-cabeça. A cada dia as coisas têm um preço diferente. Já cheguei a ver o quilo do tomate sendo vendido por R$ 7. Então, pra você vender um prato de R$ 8, por exemplo, fica complicado", ilustra. Apesar das dificuldades, Núbia ressalta que a experiência de trabalhar por conta própria tem sido positiva.

O desejo de montar o próprio negócio, conta, vem de longa data. "Era um sonho que eu tinha desde antes de fazer gastronomia", conta a autônoma, que, entre 2009 e 2010 cursou gastronomia no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em Fortaleza.

Embora já produzisse pratos variados em ocasiões como reuniões e jantares para amigos, o primeiro contato profissional de Núbia com a área se deu após o curso, quando começou a trabalhar em um restaurante. A jornada, conta, era extensa, sendo comuns os dias em que entrava no início da manhã e, após um descanso no meio da tarde, voltava a trabalhar, em eventos, até o início da madrugada.

Para Núbia, um dos estímulos ao longo dos quatro anos em que esteve empregada era poder adquirir a experiência necessária para começar a empreender. Quando se sentiu pronta para dar esse passo, alugou um imóvel no Rodolfo Teófilo, embora resida a alguns quilômetros, na Parquelândia.

Concorrência

"Perto da minha casa tem bem menos movimento. Onde eu estou trabalhando tem bem mais coisas. Tem o Hemoce, os hospitais universitários, posto de saúde", enumera.

Atualmente, Núbia vende em torno de 50 refeições a cada dia, funcionando das 8h às 14h. Poder ter mais tempo para a família, afirma, tem sido uma das principais vantagens do novo negócio. Ela conta que a demanda cresceu nos últimos meses, mas que espera, agora, manter o número atual de clientes, para não correr o risco de não ser capaz de atender à demanda. "A melhor coisa tem sido ver a satisfação das pessoas. Elas voltam, falam bem, dão mais vontade e coragem pra gente continuar", comenta a autônoma, que conta com a ajuda de uma amiga e do marido para manter o local, denominado Gula Gourmet.

Diante do bom resultado do empreendimento, a expectativa de Núbia é abrir um novo espaço, no próximo ano, em outro bairro, onde pretende oferecer um cardápio diferente, com produtos com maior valor. "Se a gente tem conhecimento e tem capacidade, então por que não?", questiona. 



 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.