Endividamento cai pelo 2º mês em Fortaleza

A fatia de consumidores com dívidas em atraso também caiu, passando de 22,8%, em dezembro, para 19,3%, neste mês

Escrito por Redação ,

Mesmo com os gastos de fim de ano e despesas com impostos e material escolar, os consumidores de Fortaleza apresentaram, pelo segundo mês consecutivo, uma redução do nível de endividamento - alcançando o menor índice desde outubro do ano passado. A taxa de consumidores endividados recuou 0,6 ponto percentual (p.P.), caindo de 65,1% em dezembro para 64,5% em janeiro.

Os dados são do Perfil do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgado, ontem, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Na avaliação de Cláudia Brilhante, diretora institucional da Fecomércio-CE, os resultados demonstram que há um movimento de retomada do crescimento econômico, mesmo que ainda a passos lentos.

"Como estamos vindo há cerca de três anos de uma grande recessão, isso (a transição) é suave. São passos lentos, mas está tendo a retomada do crescimento da economia e há um consumidor mais consciente em procurar quitar seus débitos", explica Cláudia Brilhante. Ela aponta que a tendência é que esse ritmo continue melhorando, a menos que um novo escândalo político volte a abalar o cenário macroeconômico nacional.

Dívidas em atraso

Endossando o cenário positivo, a taxa de consumidores com dívidas em atraso (até 90 dias) caiu 3,5 p.P., pelo segundo mês consecutivo, recuando de 22,8% em dezembro para 19,3% em janeiro - em comparação ao mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 0,6 p.P. Já a de consumidores inadimplentes (com atraso superior a 90 dias) ainda cresceu 0,4 p.P de dezembro a este mês, mas, frente a janeiro de 2017, apresentou um recuo de 1,5 p.P.

Além disso, o comprometimento da renda familiar também caiu 0,6 p.P. No período analisado, embora tenha registrado um aumento de 4,1 p.P. Ante janeiro de 2017. Paralelamente, o tempo de comprometimento da renda da maior parcela da população (44,3%) é de três meses a um ano, seguido por orçamentos comprometidos por até três meses (31,4%) e por aqueles de mais de um ano (24,3%)

Principal segmento comprados a prazo pela população (58,6%), a alimentação foi o item que mais pesou nas dívidas de 58,2% dos consumidores da Capital. Em seguida, aparecem os itens de vestuário (19,8%), aluguel residencial (13,4%), eletrodomésticos (12,1%) e educação (11,9%). Também são citadas outras despesas (10,2%), tratamento de saúde (9,2%), eletroeletrônicos (5,3%), reforma (4,9%), móveis (2,7%) e seguros (1,6%).

"As pessoas continuam comprando alimentação no crédito", alerta a diretora da Fecomércio, destacando os prejuízos para o orçamento que a prática gera. "As pessoas precisam ter consciência de que é melhor ir várias vezes ao supermercado, comprar menos, seja toda semana ou de três em três dias, mas que se evite fazer uma compra grande no crédito, porque no fim do mês pode não conseguir pagar e virar uma dívida grande".

Razões

O motivo listado pelos consumidores ouvidos pela pesquisa para os levar a estar com dívidas em atraso foi o desequilíbrio financeiro (63,7%) e, para justificar o desequilíbrio, a maior parte (28,6%), apontou a falha de não ter feito orçamento e controle de rendimentos e gastos. "As pessoas precisam entender todas as despesas, ver as que podem ser eliminadas. Esse é o grande segredo para conseguir reorganizar as finanças", recomenda a diretora.

Expectativa

Com os resultados de dezembro, o otimismo nas vendas do setor de comércio e serviços continua em alta. "O comércio está muito bem, com vendas aquecidas. Estamos com a cidade cheia de turistas e, desde dezembro as vendas estão bem boas. Mesmo em janeiro vemos um aquecimento, principalmente o setor de serviços e das vendas de material escolar, então esperamos bons resultados", aponta Cláudia.

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