Empresários estão menos confiantes

Escrito por Redação ,
Legenda: A Fundação Getulio Vargas informou ontem que o índice de confiança da indústria recuou 3,1%, de acordo com a prévia de fevereiro
Foto: Foto: Rodrigo Carvalho

Rio. Apesar dos esforços da indústria para ajustar os estoques, o que intensificou a queda na produção na virada do ano, a avaliação dos empresários é de que a demanda continua fraca. Com isso, o cenário para o mercado de trabalho mergulhou no momento mais delicado dos últimos 15 anos.

Ontem (23), a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o índice de confiança da indústria recuou 3,1%, segundo a prévia de fevereiro. Tanto a percepção sobre a situação atual quanto as expectativas pioraram. "As empresas estão olhando as perspectivas de venda para os próximos meses, elas fizeram um esforço muito grande para diminuir a produção e ajustar estoques. Mas a confiança do consumidor está lá embaixo, a renda está crescendo menos. O ajuste fiscal promove um aperto na economia, que resulta em contenção de demanda. Apesar do câmbio mais favorável, esses movimentos não são suficientes para compensar os fatores desfavoráveis", analisou o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo.

Em termos de emprego, o cenário é bastante complicado. Segundo a prévia, o indicador de emprego previsto deve ficar, em fevereiro, abaixo dos 100 pontos pelo décimo mês seguido. Ou seja, o número de empresas que pretendem diminuir o quadro de funcionários é superior ao número das que vão contratar há quase um ano. "Tem 15 anos que não temos um ciclo tão longo e negativo", notou Campelo.

A queda na confiança foi puxada principalmente pelas expectativas, que recuaram 4,8% na prévia. Além da demanda, fatores como elevação de custos com energia elétrica e preocupação com o risco de racionamento de água e energia contribuem para deprimir a confiança. Uma recuperação não faz parte dos cenários de curto e médio prazo.

Brasil é o último  em produtividade

Brasília. A produtividade - índice que mede quanto se produz por hora trabalhada - cresceu no Brasil 6% ao ano entre 2002 e 2012, o menor na comparação com outros 11 países pesquisados, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os países com produtividade superior à brasileira são: Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura, Estados Unidos, Japão, Espanha, Alemanha, França, Austrália, Canadá e Itália.

O gerente de pesquisa e competitividade da Confederação Nacional da Indústria, Renato da Fonseca, atribui, em parte, o resultado da pesquisa à baixa qualificação da mão de obra brasileira. "Infelizmente, temos mão de obra despreparada para aprender novas tecnologias", disse economista. Para ele, outra causa da baixa produtividade do País é a taxa de investimento inexpressiva.

A Coreia do Sul aparece no outro extremo com alta de 6,7% ao ano. Nos Estados Unidos o aumento foi 4,4% ao ano. No Brasil, o crescimento acumulado entre 2002 e 2012 foi 6,6%.

A baixa produtividade do trabalho colaborou para que o Brasil registrasse, na década, o mais alto custo unitário do trabalho em dólares reais (descontada a inflação). Esse índice, que representa o custo com o trabalho para produção de um bem, subiu 9% ao ano entre 2002 e 2012.

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