Economia do CE cresce 1,4%; 2ª alta consecutiva

Prévia do PIB acumula alta de 2,1% no Estado neste ano, melhor que as médias da Região Nordeste e do Brasil

Escrito por Redação ,
Legenda: Atividade econômica do Ceará, majoritariamente impactada por atividades do comércio e de serviços, manteve-se estável (0%) na passagem de janeiro para fevereiro deste ano, segundo dados dessazonalizados do Banco Central
Foto: Foto: JL Rosa

Fortaleza/Brasília. A economia do Ceará cresceu pelo segundo mês consecutivo. O Índice de Atividade Econômica referente ao Estado (IBCR-CE), divulgado ontem pelo Banco Central (BC), avançou 1,4% em fevereiro frente a igual mês de 2016, na série com dados observados, isto é, sem ajustes. Em janeiro, considerando os dados já atualizados pelo BC, o indicador avançou 2,8%, comparado ao primeiro mês do ano passado.

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Dessa forma, os dados do índice, que é considerado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), apontam para um crescimento acumulado de 2,1% da atividade econômica do Ceará em 2017, na série observada.

Os resultados do Estado forma melhores que as médias nordestina e brasileira. O índice do Banco Central para o Nordeste (IBCR-NE) que registrou alta de 1%, no comparativo entre os meses de fevereiro deste ano e de 2016, e de 1,5%, no acumulado deste ano. Já o indicador nacional registrou quedas de 0,73% e de 0,12%, respectivamente.

Otimismo

"A capacidade de recuperação da economia e a expectativa em relação ao Ceará são bem melhores se comparadas ao Brasil, porque o Ceará é o Estado que apresenta melhor equilíbrio fiscal de todos os estados brasileiros. Embora seja cedo para fazermos um prognóstico mais sólido, o que nós sabemos é que o Ceará já tem uma melhor performance em relação ao Brasil", diz o economista Ricardo Eleutério.

Com relação ao cenário da economia nacional, Eleutério avalia que a imprevisibilidade atrapalha a retomada de investimentos e, por consequência, da atividade econômica. "O quadro nacional vai depender dessa questão política, que tem gerado cada vez mais incerteza. O horizonte vai ficando cada vez mais turbulento nessa fase de delações premiadas. Isso trava os investimentos dos empresários", afirma o economista.

Queda

Apesar do bom desempenho no primeiro bimestre deste ano, a atividade econômica Ceará ainda acumula uma queda de 3,2% nos 12 meses encerrados em fevereiro, segundo o Banco Central. No Nordeste, a retração é de 3,3%. Já na passagem de janeiro para fevereiro, o IBCR-CE apresentou estabilidade (0%), considerando os dados dessazonalizados (ajustados com base em diversos fatores, típicos de determinadas épocas do ano). Essa mesma variação foi constatada para o IBCR-NE.

Indicador

Após subir 0,62% em janeiro (dado já revisado), a economia brasileira registrou novo avanço em fevereiro de 2017. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou alta de 1, 3% ante o mês de janeiro, com ajuste sazonal. Essa foi a segunda elevação mensal consecutiva no ano de 2017.

A alta do IBC-Br ficou dentro do intervalo obtido entre analistas do mercado financeiro, que esperavam um resultado situado entre -0,30% e 1,40% (mediana de 0,50%).

Pela série observada, é possível identificar um recuo de 3,56% nos 12 meses encerrados em fevereiro. Na comparação entre os meses de fevereiro de 2017 e 2016, houve queda de 0,73% também na série sem ajustes sazonais.

Esse índice mostrou desempenho melhor que o apontado pela mediana (-2,55%) das previsões de diversos analistas do mercado financeiro (-3,30% a -0,60% de intervalo).

O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A previsão oficial do Banco Central para a atividade doméstica em 2017 é de avanço de 0,5%, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado no fim de março.

Já no Relatório de Mercado Focus, que foi divulgado ontem pelo banco, a mediana das estimativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano está em 0,40%.

Em meio à fraqueza da atividade econômica, na semana passada o BC reduziu a Selic (a taxa básica de juros) em 1 ponto porcentual, para 11,25% ao ano.

Trimestre

O IBC-Br registrou alta de 0,76% no acumulado do trimestre encerrado em fevereiro de 2017, na comparação com o trimestre anterior (setembro a novembro), pela série ajustada do Banco Central. Já na comparação do trimestre até fevereiro deste ano com o trimestre até fevereiro do ano passado, o índice caiu 0 88% pela série observada.

Revisão

Como de costume, o Banco Central revisou dados do Índice de Atividade Econômica na margem, na série com ajuste. Em janeiro, o IBC-Br passou de -0,26% para 0,62%. Em dezembro, o índice foi de -0,32% para -0,09. No caso de novembro, a revisão foi de -0,05% para 0,08%. O dado de outubro foi de -0,22% para -0,18% e o de setembro, de -0,04% para 0,07%. Em relação a agosto, o BC substituiu a taxa de -0,71% pela de -0,66%.

Expectativa

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"A capacidade de recuperação e a expectativa em relação ao Ceará são bem melhores, comparadas ao Brasil"

Ricardo Eleutério
Economista

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