Dólar fecha abaixo de R$ 3,90; Bolsa sobe 2,04%

Escrito por Redação ,
Legenda: Analistas apontam o avanço de Jair Bolsonaro nas pesquisas como motivo de euforia do mercado, diferente do que era interpretado há algumas semanas

São Paulo. O segundo dia de euforia do mercado financeiro com o desempenho de Jair Bolsonaro (PSL) nas pesquisas eleitorais levou o dólar a fechar abaixo dos R$ 3,90 pela primeira vez desde 14 de agosto. A Bolsa brasileira engatou o segundo pregão de alta e voltou aos patamares registrados em maio, antes da crise desencadeada pela paralisação dos caminhoneiros.

A moeda americana terminou o dia em queda de 1,16%, a R$ 3,889 e ficou entre as divisas emergentes que mais ganhou força ante o dólar, atrás apenas do peso argentino. Durante a manhã, a moeda chegou a cair mais de 10 centavos, negociada a R$ 3,8240 na mínima.

Com isso, o Brasil se aproximou mais do movimento internacional. Lá fora o dólar operava valorizado em relação à maior parte dos emergentes após dados mais fortes da economia americana reforçarem uma percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode ter que elevar os juros de forma mais rápida do que o inicialmente sinalizado. Entre os pares brasileiros na América Latina, a exceção a esse movimento é a Argentina. O dólar caía 0,84% frente ao peso argentino nesta tarde.

Ações

A Bolsa brasileira disparou mais de 4% na manhã para acima dos 85 mil pontos. O Ibovespa ganhou 2,04% e terminou o dia a 83.273 pontos. Em duas sessões, o ganho acumulado foi de 5,9%, puxado pelas ações de empresas estatais. O CDS (Credit Default Swap), espécie de seguro contra calote da dívida do país, chegou a recuar mais de 7% nesta quarta. Fechou com queda de 4%.

Entre as 65 ações que compõem o Ibovespa, as maiores altas foram de Banco do Brasil ON (+9,07%) e Eletrobras PNB (+8,64%). Além da questão política, os papéis da Petrobras pegaram carona também na alta dos preços do petróleo e subiram 2,60% (ON) e 4,25% (PN). Já entre as quedas mais significativas estiveram novamente papéis de empresas exportadoras, como Suzano ON (-4,46%) e as units da Klabin (-3,07%).

Somente na terça e na quarta-feira, o Ibovespa saltou 4.649 pontos, ou 5,91%. O otimismo também foi visto no exterior e o EWZ, principal ETF brasileiro negociado no exterior, fechou com alta de 3,62% no dia.

Análise político

A poucos dias para o primeiro turno das eleições, que ocorre neste domingo, investidores viram crescer as chances de Bolsonaro derrotar Fernando Haddad (PT) na disputa à presidência. O capitão reformado é visto como mais disposto a propor reformas que o mercado considera necessárias para o reequilíbrio das contas públicas. A preferência por Bolsonaro se mantém mesmo com críticas de importantes órgãos de imprensa internacionais e agências de classificação de risco, que projetam riscos para a economia com a eleição do candidato do PSL.

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