Dólar: cotação sofrerá ajuste

Por enquanto, as oscilações do preço do dólar não passam ideia de qualquer relação com a corrida eleitoral à Presidência. Em agosto, até o dia 28, a moeda americana acumulou desvalorização de 1,58%, que sobe para 4,97% nos oito primeiros meses do ano. O bom comportamento da moeda tem sido atribuído, internamente, às intervenções do Banco Central (BC) no mercado, com ofertas de contratos de swap cambial. São operações cujos efeitos equivalem à de venda futura de dólar.

Ainda assim, a expectativa é que as cotações passem por um ajuste, cedo ou tarde. Uma mudança de governo, com a vitória de um candidato de oposição, é vista como sinal para flutuação mais livre da cotação do dólar.

Quem compra esses contratos se protege contra o risco cambial e por isso desiste de comprar dólar, deixando de pressionar as cotações no mercado à vista. No fim do contrato, o comprador de swap receberá o valor investido mais a variação cambial do Banco Central se o dólar tiver valorização nesse período. Ou, se quiser, poderá receber o valor total em dólar papel - uma possibilidade que reforça a garantia da operação. Se a cotação do dólar recuar, é o BC que recebe o valor equivalente ao juro acumulado no período.

Pelo hedge ou proteção que oferecem, os contratos de swap cambial têm como clientes potenciais as empresas, sobretudo as que atuam em atividades de exportação e importação.

Empréstimos

Bancos também costumam comprar esses contratos para tomar empréstimos em moeda estrangeira no exterior, com custos baixos, e repassar os dólares internamente. Fatores externos também são considerados nessa possível mudança de preço da moeda americana, a começar pela provável elevação das taxas de juro nos Estados Unidos. Juros americanos mais altos, com potencial para atrair mais dinheiro a outros países, poderiam pressionar a cotação da moeda americana.