Dólar avança 1,13% e fecha a R$ 2,92

O valor também foi o maior deste ano, em um dia de preocupação com o futuro das intervenções do BC

Escrito por Redação ,

São Paulo. O dólar comercial, usado nas transações com o exterior, fechou cotado a R$ 2,92, o maior valor do ano, em um dia de preocupação com o futuro das intervenções do Banco Central (BC) no mercado de câmbio. A visão corrente dos investidores é que o Banco Central deverá reduzir o volume de intervenções para conter a alta do dólar, deixando a moeda americana se apreciar um pouco mais nas próximas semanas. Até então, o mercado acreditava que o BC não deixaria a moeda subir tanto devido a seus efeitos na inflação.

Ao fim do pregão, o dólar comercial subiu 1,13%, e encerrou cotado a R$ 2,928, maior valor desde 2 de setembro de 2004, quando a moeda encerrou cotada a R$ 2,94. No entanto, atualizando os valores pelo IPCA (índice oficial de inflação) de janeiro, último dado disponível, o dólar daquela época seria hoje muito maior: R$ 5,13, segundo a consultoria Economática,

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,43%, a R$ 2,904, no maior valor desde 14 de setembro de 2004, quando fechou a R$ 2,913 (R$ 5,09 hoje, em valores corrigidos). Desde 30 de janeiro, quando o ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmou que não manteria "artificialmente" a taxa de câmbio, o dólar já subiu 11%. No ano, a alta é de 9,67%.

Atuação do BC

O principal instrumento do Banco Central para a alta do dólar é a venda de contratos que equivalem à compra de dólar no futuro, conhecido como swap cambial tradicional. Nessa operação, o BC se compromete a pagar em reais a variação do dólar em uma determinada dada, geralmente o início do mês. Isso retira a pressão de alta do dólar nos mercados à vista e futuro. Se o BC reduzir a oferta desses contratos, automaticamente, deixa de segurar as cotações.

Na sexta, o BC anunciou um leilão desses instrumentos menor do que o habitual, sinalizando que só deve rolar em torno de 80% do total de US$ 9,964 bilhões de contratos existentes no mercado. "É uma primeira sinalização de que o BC está testando o apetite do mercado em relação à política de rolagem. Dá sinais de que está começando a testar qual seria a reação da taxa de câmbio e do mercado com uma retirada de parte do programa, que ajuda a manter um controle do preço da moeda", afirma Fabiano Rufato, gerente-sênior da mesa de câmbio da Western Union. Além das dúvidas em torno do programa de intervenção do BC, a possibilidade de o governo não conseguir aprovar no Congresso os ajustes fiscais que precisa fazer para resgatar a credibilidade do País preocupa os investidores.

Em um esforço para sinalizar maior disposição de articulação com o Congresso, a presidente Dilma Rousseff deve receber os líderes da base aliada na Câmara até quinta-feira (5) em uma reunião para discutir a relação e avaliar os cenários.

Ibovespa recupera queda

O principal índice do mercado acionário brasileiro voltou a subir ontem, após cair 1% no dia anterior. O Ibovespa fechou com alta de 0,56%, a 51.304 pontos. Das 68 ações negociadas, 40 subiram, 26 caíram e duas fecharam estáveis. O destaque do pregão ficou com os papéis da Petrobras, que fecharam com alta superior a 2%. As ações preferenciais subiram 2,13%, a R$ 9,60. Os papéis ordinários, com direito a voto, fecharam em alta de 2,48%, a R$ 9,51.

A empresa anunciou na segunda-feira que pretende obter US$ 13,7 bilhões com a venda de ativos no Brasil e no exterior.

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