Desemprego sobe a 11,8% e atinge 12 mi de pessoas

População ocupada foi de 90,1 mi de pessoas no trimestre encerrado em agosto, voltando ao patamar de 2013

Escrito por Redação ,
Legenda: Na comparação com o trimestre anterior, a construção foi o setor que apresentou maior redução no número de ocupados: 3,3%, ou 249 mil pessoas
Foto: FOTO: KIKO SILVA

Rio. A taxa de desemprego no País chegou a 11,8% no trimestre encerrado em agosto, informou nessa sexta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pela primeira vez, o número de desempregados no Brasil atingiu a marca de 12 milhões de pessoas. Foi o pior resultado da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), iniciada em 2012, superando em 0,6 ponto percentual, ou 583 mil pessoas, a marca do trimestre encerrado em maio.

"O cenário continua bem difícil, no sentido em que a pesquisa continua apresentando recordes", comentou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. Ele frisou que a pesquisa compreende dois meses do segundo semestre, quando a economia tende a melhorar. "(O emprego) já deveria estar apresentando sinais de melhora", afirmou. Na comparação com igual período de 2015, o crescimento na população desocupada no trimestre encerrado em agosto foi de 36,6%, ou 3,2 milhões de pessoas.

Pela primeira vez desde o início da crise, houve queda significativa no número de trabalhadores por conta própria, que vinha subindo nos últimos trimestres, como alternativa ao desemprego. Agora, houve recuo de 3,2% nesta categoria.

A população ocupada foi de 90,1 milhões de pessoas no trimestre encerrado em agosto, voltando ao patamar de 2013. O número representa uma queda de 0,8% (ou 712 mil pessoas) com relação ao trimestre anterior. Na comparação com igual trimestre de 2015, a queda foi de 2,2%, ou 2 milhões de pessoas.

O número de empregados com carteira assinada caiu 3,8% ante igual período de 2015, mas ficou estável em relação ao trimestre anterior, em 34,2 milhões de pessoas. De acordo com o IBGE, não houve variação no rendimento médio do trabalhador, que foi de R$ 2.011 no trimestre encerrado em agosto.

Setores

Na comparação com o trimestre anterior, a construção foi o setor que apresentou maior redução no contingente de ocupados: 3,3%, ou 249 mil pessoas. Em segundo lugar, veio o setor de serviços domésticos, com 2,8%. A população ocupada na indústria caiu 1,9%. "Ter queda na indústria no terceiro trimestre preocupa", disse Azeredo.

Temer diz que não tem culpa

Um país em profunda recessão, com desemprego crescente, inflação elevada e investimentos deprimidos, foi assim que Michel Temer, vice-presidente da presidente eleita Dilma Rousseff no seu primeiro e segundo mandato, disse ter recebido o Brasil, após o impeachment de Dilma.

Em discurso realizado em São Paulo nessa sexta-feira, Temer disse que não tem culpa da gravidade do quadro que encontrou, apesar de estar no governo desde 2011. O agora presidente mencionou a alta da inflação e a queda no investimento. "Por trás desses dados estão homens e mulheres que pagam um preço inaceitável. Chegamos a quase 12 milhões de desempregados. E reitero que não foi culpa minha", afirmou.

Segundo Temer, "os gastos se transformaram numa bola de neve". "Não quero assustá-los, mas motivá-los para que juntos possamos sair dessa crise", disse.

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