Desemprego caiu no fim do ano e fechou em 6,9%

Apesar do resultado, mercado de trabalho perdeu dinamismo, influenciando a queda do nível ocupacional

Escrito por Redação ,
Legenda: Foram contabilizados, em dezembro, 131 mil desempregados na RMF - 15 mil a menos em comparação com o mês anterior (146 mil)
Foto: Foto: José Leomar

O mercado de trabalho da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) reduziu o seu ritmo de atividade no último mês de 2014, influenciando a diminuição do nível ocupacional, acompanhada de declínio da população economicamente ativa (PEA). A desaceleração, porém, não impactou no desemprego, que manteve a trajetória de queda, atingindo a menor taxa do ano, de 6,9% da PEA, abaixo do índice de novembro (7,6%). Em números absolutos foram contabilizados, em dezembro, 131 mil desempregados na RMF - 15 mil a menos em comparação com o mês anterior (146 mil).

Por sua vez, o contingente de ocupados caiu no mesmo período, de 1,773 milhão para 1,761 milhão, resultado do fechamento de 12 mil postos de trabalho entre novembro e dezembro. Já a queda da PEA, de 1,919 milhão para 1,892 milhão de pessoas, acabou refletindo a migração de 27 mil pessoas do mercado de trabalho para a inatividade.

Indústria fecha postos

A queda de 0,7% do nível ocupacional foi puxada pela indústria de transformação, que eliminou 9 mil vagas em dezembro face ao mês anterior (queda de 2,8%). Em contrapartida, a construção civil gerou mil postos de trabalho (incremento de 0,6%), enquanto comércio e serviços eliminaram, respectivamente, mil vagas, cada um.

Os dados constam na décima segunda edição de 2014 da Pesquisa de Emprego e Desemprego na RMF (PED), que foi divulgada, ontem pela manhã, na Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) por técnicos do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), que realiza mensalmente o estudo em parceria com o governos do Estado e Federal.

"Mais uma vez a construção civil segurou o nível ocupacional, que vem crescendo por cinco meses seguidos", comemora Mardônio Costa, analista de mercado de trabalho do IDT. Para ele, "apesar da perda de dinamismo do mercado de trabalho local no último mês de dezembro, os resultados ainda são melhores em comparação com dezembro do ano anterior (2013). Por outro lado, a redução da PEA, implica no aumento da inatividade, que reduz a pressão sobre o mercado de trabalho", explica.

Segundo o especialista, "embora seja muito forte a queda de 10,3% no número de desempregados da RMF entre novembro e dezembro de 2014, na comparação com dezembro de 2013, o desemprego ainda é maior em 5,6%, com sete mil pessoas desempregadas a mais", frisa.

Perfil dos trabalhadores

Considerando o gênero dos trabalhadores, Mardônio Costa lembra que, entre novembro e dezembro de 2014, a taxa de desemprego das mulheres caiu de 9% para 8,2%, enquanto a dos homens declinou de 6,4% para 5,8%. Em relação à faixa etária, a taxa de desemprego relativa aos jovens com idade entre 16 e 24 anos baixou de 17,4%, em novembro, para 16,1% no último mês do ano.

Para o titular da STDS, Josbertini Clementino, embora o desemprego tenha diminuído, ainda preocupa a situação de categorias mais penalizadas. "Podemos ver diferenças em relação às mulheres, que têm maior índice de desemprego do que os homens, e entre os jovens de 16 a 24 anos em relação à população adulta. Esses públicos têm uma dificuldade adicional de entrar e permanecer no mercado de trabalho, por isso temos ações voltadas para eles", diz o secretário.

Rendimento

A pesquisa revela ainda a redução do rendimento médio real de ocupados e assalariados da RMF em novembro face ao mês anterior. Entre outubro e novembro de 2014 os ocupados experimentaram redução de 2%, enquanto os assalariados amargaram 2,2% de queda, com rendimentos equivalentes a R$ 1.155 e R$ 1.173, respectivamente.

Ocupação em 2014 foi a maior desde 2011, diz IDT

O nível de ocupação na RMF em 2014 experimentou a maior elevação desde 2011. De acordo com os indicadores médios publicados na última edição anual da PED, o nível ocupacional do mercado de trabalho local cresceu 3,1% entre 2013 e 2014, de 1,668 milhão para 1,719 milhão de ocupados, com a criação de 51 mil postos de trabalho no ano, superando o contingente de 47 mil pessoas que passaram a integrar a PED em 2014.

O desempenho positivo resultou na saída de quatro mil pessoas da fila do desemprego, somando 141 mil desempregados no referido ano contra um total de 145 mil desempregados em 2013 - uma redução de 2,8% no total de desempregados.

No período, a taxa de desemprego total baixou de 8%, em 2013, para 7,6% da força de trabalho, em 2014. A redução, conforme o estudo, é resultado da retração nas taxas de desemprego aberto (de 6,1% para 5,9%) e oculto (de 1,9% para 1,7%) no mesmo período em análise.

"Atingimos a menor taxa dos últimos cinco anos e tivemos um ganho real de salário de 1,8%. Tudo isso acompanhado da expansão do nível de ocupação, com a criação de 51 mil postos de trabalho em 2014", resume Mardônio Costa, analista de mercado de trabalho do Sine/IDT.

O crescimento do nível ocupacional foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 44 mil ocupações, com alta de 5,6%. Construção civil (5,6%) e comércio (2,3%) geraram, respectivamente, oito mil e nove mil postos. Já a indústria de transformação reduziu em sete mil seu contingente de trabalhadores (- 2,2%). (AC)

Ângela Cavalcante
Repórter

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