Déficit primário soma R$ 1,6 bi

Escrito por Redação ,

Brasília. O governo federal acumulou um déficit primário de R$ 1,598 bilhão no primeiro semestre do ano. Foi o primeiro saldo negativo nas contas da União para o período desde pelo menos 1997, quando começa a série do Tesouro Nacional.

Apenas em junho, as contas tiveram um rombo de R$ 8,206 bilhões, informou ontem o Tesouro. "O resultado ainda se mostra bastante negativo, por isso o governo está tomando as medidas que considera necessárias", afirmou o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive, em referência ao corte de R$ 8,6 bilhões em despesas orçamentárias.

No mês de junho, a arrecadação da Receita Federal sofreu uma queda real (descontada a inflação) de 2,44% na comparação com o mesmo período do ano passado. No semestre, quando incluídas outras receitas, como a de concessões e de dividendos das estatais, a redução foi de 3,3%. As despesas, por outro lado, aumentaram 0,5% no período, com destaque para a alta de 3,8% dos gastos com o pagamento de benefícios da Previdência.

No primeiro semestre do ano passado, o governo federal registrou um superávit de R$ 17,355 bilhões. O governo federal tem como meta economizar R$ 5,831 bilhões este ano para o pagamento de juros da dívida. Considerando também os resultados dos Estados e municípios, o objetivo é obter um saldo positivo de R$ 8,747, equivalente a 0,15% do PIB.

A meta, no entanto, prevê uma cláusula de abatimento caso algumas projeções de arrecadação não se confirmem. Na prática, o resultado pode chegar a um déficit de até R$ 17,7 bilhões. Saintive afirmou que historicamente os meses de junho a agosto são de resultados menos expressivos e que o saldo acumulado até o momento não indica que a meta de 0,15% do PIB não será atingida.

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