Custo de construir tem alta de 6,7%

Levantamento mostra, ainda, que os materiais, equipamentos e serviços acabaram ficando 0,4% mais caros

Escrito por Redação ,
Legenda: A maior pressão foi em serviços, com valores 0,89% acima do mês anterior. Em setembro, os mesmos tinham apresentado taxa de 0,05%
Foto: Foto: KIKO SILVA

São Paulo. Quem teve de contratar mão de obra ou serviços para a construção civil em novembro e ainda comprar materiais do setor comprometeu mais o orçamento em relação ao mês imediatamente anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção - M (INCC-M) apresentou variação de 0,30% ante 0,20%, o que significa um aumento desde janeiro de 6,46% e, nos últimos 12 meses, de 6,70%.

O levantamento, feito pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), mostra que os materiais, equipamentos e serviços ficaram 0,4% mais caros, mas a elevação foi menos intensa do que em setembro, quando os preços subiram 0,43%.

A maior pressão neste subcomponente foi constatada em serviços, com valores em média 0,89% acima do mês anterior. Em setembro, os mesmos serviços tinham apresentado taxa de 0,05%. A parte da obra mais onerosa, por sua vez, foi a de projetos (de 0,01% para 1,46%).

Já a taxa que mede a variação do custo da mão de obra atingiu 0,22% ante estabilidade em setembro, sendo influenciada mais pelo reajuste salarial ocorrido no Recife. Houve elevação do índice em quatro das sete capitais pesquisadas: Salvador (de 0,17% para 0,23%); Brasília (de 0,14% para 0,18%); Recife (de 0,3% para 2,27%) e Porto Alegre (de 0,16% para 0,28%). Em duas capitais houve queda no ritmo de correção: Rio de Janeiro (de 0,19% para 0,06%) e São Paulo (de 0,26% para 0,22%). Em Belo Horizonte, o índice permaneceu estável em 0,09%.

Confiança

O Índice de Confiança da Construção (ICST) aumentou 1% em novembro ante recuo de 4% em outubro, ao passar de 96,9 para 97,9 pontos, segundo a sondagem feita pelo Ibre-FGV. Apesar da melhora, o resultado é o segundo pior da série histórica.

"A melhora da confiança em novembro não permite ainda vislumbrar mudanças significativas no cenário do setor. O indicador de expectativas com a demanda para os próximos três meses atingiu o patamar mais baixo da série. A previsão de contratação continuou a evoluir negativamente, o que significa que as demissões podem ser mais fortes neste final de ano" observou, em nota, a economista do Ibre-FGV, Ana Maria Castelo.

Venda de material de construção cai 8,9%

São Paulo. A venda de materiais de construção registrou queda de 8,9% em outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado, mostra levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Em relação a setembro, houve crescimento de 0,1%. O resultado do acumulado de janeiro a outubro apresenta recuo de 6,8% ante igual período de 2013.

Segundo a associação, as vendas em outubro, que foram levemente maiores do que em setembro, não foram suficientes para reduzir a queda verificada no primeiro semestre. Tendo em vista que resta apenas um bimestre para o fechamento do ano, a entidade avalia que 2014 terá uma redução de 4% no faturamento real da indústria, quando comparado ao ano anterior.

"O mercado foi duramente afetado pelo pessimismo das famílias e dos empresários em relação à economia, reforçado pela perda de dias úteis em função da Copa e dos feriados, bem como pelo aumento nas importações", diz nota da Abramat. A retração no segmento imobiliário também é considerada pela associação como um fator que afetou a comercialização de materiais de base (cimento, aço, areia).

A venda de materiais básicos caiu 0,1% na comparação com setembro. Em relação a outubro de 2013, a queda foi de 11,3%.

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