Cupins desvalorizam imóveis em até 30%

Escrito por Redação ,
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Leônidas Albuquerque
especial para Economia

A presença de cupins pode implicar em desvalorização que varia de 5% a 30% sobre seu valor de um imóvel no ato da venda. A estimativa do prejuízo é do presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci), Armando Cavalcante.

Encontrar um foco de cupins numa residência é sempre uma desagradável surpresa. Mais do que o incômodo trazido pelos insetos, obrigando os moradores a terem de trocar as posições dos móveis constantemente e a estar sempre alerta ao risco de infestação, a presença dos parasitas pode implicar em desvalorização que varia de 5% a 30% sobre o valor dos imóveis infestados no ato da venda. A estimativa do prejuízo é do presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci), Armando Cavalcante.

Dentre os custos que justificam tão expressiva redução no valor do bem, Armando Cavalcante destaca a possível necessidade trocar as madeiras que dão sustentação ao telhado ou servem de forro, a inutilização de armários embutidos e, em casos mais graves, derrubada de paredes para localizar o foco dos insetos.

VARIEDADES - Existem mais de duas mil espécies catalogadas de cupins em todo o planeta, que habitam ninhos em galhos de árvores, cavam túneis nos troncos ou debaixo da terra. Todas elas se alimentam de estruturas ricas em celulose, encontradas em madeira, papel, telas, tecidos, gesso e alvenaria.

Todas as madeiras estão sujeitas ao ataque de cupins. No Ceará, as espécies se dividem em dois grupos mais comuns: os que parasitam móveis, deixando a madeira com textura “fofa” e grânulos acumulados em sua superfície; e os que estabelecem suas colônias dentro das paredes.

Os imóveis próximos a áreas com mais árvores e descampados são os mais vulneráveis à infestação dos insetos. Para quem compra um imóvel nestes locais, principalmente os usados, vale a dica de averiguar com cuidado toda a madeira que compõe sua estrutura, olhando em portas e janelas e na sustentação do telhado. José Raimundo Cabral, técnico em combate à praga, recomenda que, em caso de dúvidas, seja feita uma consulta a uma empresa especializada, cujos equipamentos permitem identificar se há ou não presença do inseto.

A aposentada Maria José Matos, moradora do Montese, enfrenta há anos os desagradáveis visitantes. Ela diz já ter tentado muitos tratamentos diferentes para combater a praga, que sempre volta. “Não adianta eu cuidar tanto da casa se os vizinhos não fazem isso. Passa um tempinho e volta tudo”, descreve. A aposentada já teve diversas despesas por conta da infestação. “Sempre tenho de repintar a casa por conta das marcas nas paredes, fora os móveis que já perdi”, relata.

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