Crise fiscal é a maior desde 2006

Escrito por Redação ,

Rio. Em meio à recessão, não são só os Estados e a União que estão quebrados. As prefeituras também fecharam as contas de 2015 à beira da falência. O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), recuou 7,5% ano passado em relação a 2014, atingindo 0,4432 ponto, o menor nível desde 2006. O IFGF varia de 0 e 1 (quanto mais perto de 1, melhor a situação fiscal do município) e sua série história começa em 2006.

>São Gonçalo tem 2ª melhor gestão fiscal do País

Nos cálculos da Firjan, as prefeituras fecharam suas contas em 2015 com um déficit nominal (saldo negativo entre receitas e despesas, incluindo gastos com juros) de R$ 45,8 bilhões. A projeção da equipe de economistas da entidade é que esse rombo chegue a R$ 60 bilhões este ano.

No quadro geral, 87% dos municípios pesquisados têm IFGF abaixo de 0,6, com situações classificadas como "crítica" ou "difícil". Apenas 23 cidades têm indicador acima de 0,8, nível considerado "excelente" pela Firjan.

Excelência

A boa gestão fiscal é uma realidade de apenas 23 cidades (0,5% do total), que ficaram com indicador acima de 0,8 no IFGF de 2015. Nessa ilha de excelência, há cinco cidades paulistas: São Pedro, Louveira, Indaiatuba, Ilhabela e Ilha Comprida. Ainda assim, o ranking do IFGF é liderado por Ortigueira (PR), seguida por São Gonçalo do Amarante (CE). São Pedro (SP), em terceiro lugar, se destaca porque é um destino turístico e conseguiu nota máxima nos itens relacionados à capacidade de investimento e à gestão de caixa.

Ilhabela (SP) também alcançou nota máxima em quatro das cinco variáveis. Fora da lista das dez maiores do País, as maiores altas na passagem de 2014 para 2015 foram verificadas em São José do Rio Preto (SP) e Caraguatatuba (SP). Segundo avaliação da Firjan, a primeira se destacou porque aumentou os investimentos, enquanto a segunda melhorou a gestão de caixa.

A capital paulista não está entre as dez melhores do Estado: ficou em 19º lugar, com 0,7207 ponto, 3,4% acima de 2014. No ranking nacional, São Paulo aparece na 100ª posição, mas é a sexta melhor capital. Ainda assim, nem em São Paulo a boa gestão das contas públicas é disseminada. A grande maioria (87,4% do total) das prefeituras paulistas está em situação fiscal difícil ou crítica (ou seja, com IFGF abaixo de 0,6 ponto).

Pior gestão fiscal

Os municípios com a pior gestão das contas públicas estão concentrados no Nordeste. Na lista das 500 piores cidades no IFGF do ano passado, 384 (76,8%) estão no Nordeste. O Sudeste vem em seguida, com 15% do total.

Entre os dez piores, nove estão no Nordeste. Apenas Normandia, em Roraima, a quarta pior do ranking, está fora da região. As três últimas colocadas ficam na Bahia: Floresta Azul é a pior, seguida por São José da Vitória e Itapitanga.

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