Crédito ainda é um gargalo para setor

Escrito por Redação ,
Legenda: Representantes do setor valorizam linha de crédito do Banco do Nordeste, mas reforçam que é necessário um produto que financie a pessoa física também

A exemplo do que ocorre em países como Alemanha, Reino Unido ou Itália, a oferta de crédito é considerada fundamental para o desenvolvimento do setor de microgeração de energia. Para Jurandir Picanço, embora haja linhas específicas para o segmento, elas ainda são poucas e a escassez de crédito é o maior gargalo para mini e microgeração.

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"Se comparado com outros países, o Brasil ainda está pouco desenvolvido, por restrição de linhas de financiamento", ele diz. "Ao longo dos anos, o custo dessa energia é mais baixo do que o preço cobrado pelas concessionárias, mas o investimento inicial é alto", completa.

Animado com o desempenho do setor e apostando em um crescimento exponencial nos próximos anos, Ivaldo Maia, superintendente da Satrix, também diz que o que ainda trava essa "explosão" do setor são os financiamentos. "Nos últimos dois anos, o preço da energia solar vem caindo substancialmente, os preços dos equipamentos, inversor e placas, caiu. Além disso tivemos uma estabilização do dólar. Então tudo isso fez com que o retorno ficasse mais atrativo", destaca.

Maia diz que, hoje, uma planta se paga em cinco anos, em média, com uma durabilidade de 25 anos. "Tudo isso melhora o 'payback'. Você tem linhas de crédito como a do BNB (Banco do Nordeste), que é a mais atrativa, do Banco do Brasil, e da Caixa, mas as liberações ainda são difíceis, especialmente para pessoa física", diz. "Mesmo assim, a legislação tem favorecido, com a possibilidade de fazer a geração remota (fora do local de consumo). Então as expectativas são muito promissoras".

FNE Sol

Entre as linhas de financiamento voltadas especificamente para a micro e minigeração distribuída de energia, o FNE Sol, do BNB, é uma das principais, com taxas de 6,5% a 10,14%, a depender do porte da empresa, com prazo de até 12 anos, com carência de 6 meses a 1 ano.

No entanto, representantes do setor dizem que é preciso maior oferta de crédito, sobretudo para pessoa física. "Hoje, a melhor forma de financiamento é o FNE Sol, do BNB, mas é restrito à pessoa jurídica", aponta Jurandir Picanço. O FNE Sol financia todos os componentes dos sistemas de micro e minigeração de energia elétrica fotovoltaica, eólica, de biomassa ou pequenas centrais hidroelétricas (PCH), além da instalação.

A linha de crédito do Banco do Nordeste, que utiliza recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), é voltada para todos os portes de empresas industriais, agroindustriais, comerciais e de prestação de serviços, produtores rurais e empresas rurais, cooperativas e associações legalmente constituídas. (BC)

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