Consumo das famílias freia, mas há expansão

Os dados do IBGE apontaram um crescimento de 1,2% no segundo trimestre, o menor em uma década

Escrito por Redação ,
Legenda: Em bens e serviços produzidos em 2013, o consumo das famílias somou R$ 3,033 tri
Foto: FOTO: WALESKA SANTIAGO

Rio de Janeiro. O consumo das famílias brasileiras cresceu em ritmo mais lento no segundo trimestre deste ano e apresentou alta menor que nos trimestres anteriores, em comparação feita com os mesmos períodos de anos imediatamente anteriores. Os dados fazem parte do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), divulgado ontem (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam crescimento de 1,2%, o 43º avanço consecutivo.

A alta em relação ao ano anterior é a menor desde o primeiro trimestre de 2004, quando o total consumido pelas famílias subiu 0,7%. Nos últimos três trimestres, o consumo havia subido 2,2%, 2,5% e 2,4% na comparação com os mesmos períodos de anos anteriores.

Já na comparação com o primeiro trimestre deste ano, o indicador subiu 0,3%, resultado melhor que os -0,2% registrados no início deste ano, na comparação com o fim do ano anterior.

Os dois últimos trimestres do ano passado, no entanto, foram períodos em que o crescimento chegou a 0,8% nessa base de comparação.

Contribuição

Segundo os dados divulgados ontem, as famílias representam a maior parcela do Produto Interno Bruto, com R$ 799,4 bilhões. No conjunto dos bens e serviços produzidos em todo o ano de 2013, o consumo das famílias somou R$ 3,033 trilhões.

"Continuamos com crescimento do poder de compra das famílias, com aumento de emprego e com aumento de salários reais", disse a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca de La Rocque.

"Por outro lado, o crédito para as famílias já está mais ou menos estável e temos a inflação, que, se for comparada à do mesmo trimestre do ano passado, está um pouco mais alta. Também houve alta na taxa de juros nesse período, e tudo isso afeta negativamente o consumo das famílias", completou a gerente do IBGE.

Acumulado

A taxa de crescimento acumulada nos últimos quatro trimestres ficou em 2,1%, patamar que vem caindo desde o primeiro trimestre de 2013, quando atingiu 3,3%. No terceiro trimestre de 2010, a taxa anualizada chegou a atingir 7,6%.

FIQUE POR DENTRO

O que caracteriza a chamada recessão técnica

A economia brasileira teve dois trimestres seguidos de Produto Interno Bruto (PIB) negativo. Isso significa que o País produziu menos riquezas no período, em comparação com anteriores. No "economês", esse fenômeno é chamado de recessão técnica. Isso serve como um sinal de alerta. Observa-se as quedas no PIB, que indicam que algo não vai bem, mas ainda não há muitos reflexos diretos na economia. Por isso, na recessão técnica é considerada a possibilidade de recuperação no curto prazo. Segundo o IBGE, houve estabilidade na economia no primeiro trimestre.

f

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.