Construção está 'desesperada'

Escrito por Redação ,

Brasília. No comando de uma entidade que congrega "todas as construtoras que não estão na Lava Jato", o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, esteve na semana passada, em encontros separados, com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy. O recado não poderia ser mais claro: "O nosso setor está na UTI", disse aos dois.

Acumulando faturas a receber do governo por obras em rodovias a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Minha Casa. Minha Vida, as construtoras de médio porte dizem estar sem caixa. E aguardam uma resposta do governo até amanhã. Do contrário, ameaçam paralisar obras, cobrar as dívidas na Justiça e fazer um barulho que empalidecerá as manifestações dos movimentos sociais.

Sobre o que falou aos ministros, José Carlos Martins afirma: "que o nosso setor está na UTI. E que não dá para desligar os aparelhos, que são os pagamentos do governo para o nosso setor. Eles têm de ter um mínimo de forma, não podem ficar como estão. Em relação ao Minha Casa, ele diz que o Programa "poderia dar um alento, principalmente nas faixas 2 e 3. Mas ainda não saiu. E nem se conta com a construção comercial e industrial".

Emprego

O presidente da Cbic também destaca que o setor vem demitindo nos últimos meses. "Hoje, temos 2,8 milhões de pessoas, mas está caindo. De outubro para cá, já perdemos 310 mil. E, até o fim do ano, vão mais 500 mil", diz.

De acordo com ele, a proposta do setor para o governo é que "se acerte o passado e se estique o cronograma de execução das obras. Eles precisam fazer uma conta com a previsão do que se vai consumir até o fim do ano e compatibilizar com o que tem de recursos", afirma.

Caso a resposta do governo não agrade ao setor, ele diz que várias medidas podem ser adotadas. "Nosso pessoal está desesperado. Não tem outro termo. E estão com ideias malucas de fazer várias coisas País afora: paralisar obras, coisas drásticas. O espírito está belicoso", afirma.

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