Chuvas têm de atingir 85% da média no Nordeste

Escrito por Redação ,

Rio. Os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste precisam de um regime de chuvas equivalente a 63% da média histórica do período seco, para chegar ao fim de novembro com 10% de sua capacidade, nível mínimo necessário para atender a demanda, afirmou ontem, Marcelo Prais, assessor da Diretoria-Geral do Operador Nacional do Sistema (ONS). No Nordeste, a situação é mais crítica: são necessários 85% da Energia Natural Afluente (ENA) em relação ao nível histórico para o período.

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"Ao longo de 2015, espera-se chegar a no mínimo 10% (de capacidade nos reservatórios) no fim do ano. Não é absolutamente confortável, mas é o mínimo para assegurar a carga. No Sudeste, não há registro no histórico em que a afluência foi menor do que isso (63% da média). No Nordeste, porém, a situação não é tão favorável assim. Um regime de pelo menos 85% da média não ocorreu em 26 das 83 observações", contou.

Apesar disso, o cenário já foi "muito mais dramático", garantiu. Atrasos em projetos de geração e nas obras de transmissão, além da hidrologia desfavorável, porém, afastam a tranquilidade, admitiu. "A situação ainda não é confortável. Com um nível tão depressionado (de chuvas), tem de ter energia térmica muito expressiva", comentou.

Novas usinas

Até 2020, o ONS acredita que é preciso voltar a incluir, "na medida do possível", reservatórios na matriz elétrica brasileira Dos projetos hidrelétricos previstos até 2019, 99% são de usinas fio d'água (sem reservatórios, afetadas de forma mais imediata pelo regime de chuvas), já que os reservatórios costumam ser questionados em função do impacto ambiental. O operador também destaca a necessidade de aumentar a participação da geração térmica na matriz brasileira, bem como intensificar o uso de fontes renováveis não-convencionais, como eólica e solar. A posição é compartilhada pelo Ministério das Minas e Energia (MME).

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