Ceará perde liderança em energia eólica

O Estado foi superado pelo Rio Grande do Norte, que tem 1.158 megawatts (MW) de potência instalada

Escrito por Redação ,
Legenda: De acordo com o Boletim das Usinas Eólicas, publicado na última segunda-feira pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Ceará possui 1.073 megawatts (MW) de potência instalada
Foto: FOTO: TUNO VIEIRA

Pioneiro na utilização comercial da energia eólica no Brasil, o Ceará, pela primeira vez, foi superado por outro estado da Federação na capacidade instalada deste tipo de energia. De acordo com o Boletim das Usinas Eólicas, publicado na última segunda-feira, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Rio Grande do Norte assumiu a liderança nacional em energia eólica, com 1.158 megawatts (MW) de potência instalada, contra os 1.073 MW em território cearense.

Os dados foram reforçados, ontem, pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, em sua conta no Twitter, ao destacar a importância do leilão de fontes alternativas de energia, marcado para o dia 10 de abril de 2015, conforme portaria publicada na última segunda-feira, no Diário Oficial da União.

Na sequência dos estados com maior capacidade instalada, vem o Rio Grande do Sul, com 610 MW, quantidade que representa apenas 56% da registrada no Ceará. Os estados da Bahia (528 MW), Santa Catarina (222 MW) e Piauí (88 MW) vêm em seguida.

Qualidade dos ventos

Apesar de estar na quinta colocação em capacidade instalada, a Bahia, de acordo com o boletim da CCEE, é o estado brasileiro com os melhores ventos. O chamado "fator de capacidade médio" do estado chega a 60%, o maior do País. O Piauí vem logo atrás, com fator 59%. Já o estado do Ceará é o terceiro nesse ranking, com 50%.

O boletim da CCEE aponta que o conjunto de usinas eólicas em operação no Brasil produziu 1.898 MW médios em energia elétrica, em agosto, o que corresponde a um fator de capacidade médio de 50%. O órgão destaca que esta é a maior produtividade já registrada pelos parques desde o início do acompanhamento, em dezembro de 2012. "Os números adquirem especial relevância quando comparados com o fator de capacidade médio verificado em 2013, nos países com maior capacidade eólica instalada, como China (23,7%), Estados Unidos (32,1%), Alemanha (18,5%) e Espanha (26,9%)", destaca o boletim.

Expansão

A capacidade instalada das eólicas teve aumento de 75,8% neste ano, até agosto, mês que fechou com 3.834 MW em potência da fonte. O Nordeste foi o principal responsável por esta expansão, registrando um crescimento da capacidade no período, da ordem de 104% - de 1.451 MW em dezembro de 2013, para 2.962 MW em agosto de 2014. Até o período, a região possuía 119 parques geradores, que representam 77,3% da capacidade instalada no Brasil.

O Nordeste atingiu, em agosto, o pico histórico de 1.618 MW médios, passando a representar 85,3% do total de energia eólica gerado no país. O aumento da geração na região, em comparação com mesmo mês do ano passado, foi de 151%.

O boletim destaca que, no referido mês, três novas usinas entraram em operação comercial, todas elas no Ceará. O Estado, juntamente com Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Bahia e Santa Catarina totalizaram 94% de participação na geração média, em agosto.

A energia proveniente de fonte eólica é comercializada por meio de contratos resultantes do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas), de leilões do ACR (Ambiente de Contratação Regulada) e de negociações no ACL (Ambiente de Contratação Livre).

Sérgio de Sousa
Repórter

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