Ceará gera 238 vagas e tem melhor março em sete anos

Nos primeiros três meses do ano, mercado de trabalho tem saldo acumulado de 1,9 mil empregos formais

Escrito por Ingrid Coelho - Repórter ,

Caminhando para a solidificação em um patamar positivo, o mercado de trabalho formal do Ceará registrou saldo positivo de 238 vagas em março - dado que resulta de 29.958 admissões e 29.720 desligamentos no período e representa o melhor para meses de março desde 2010. Com o número, que faz parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado nessa sexta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho, são 1.992 postos gerados de janeiro a março e 10.494 nos últimos 12 meses.

O setor de serviços foi o principal responsável por impulsionar a geração de postos no mercado de trabalho formal em março, com saldo positivo de 817 vagas. Dentro do setor, o destaque ficou por conta do segmento de serviços relacionados ao ensino, com 452 postos formais, conforme os dados do Caged. Para o analista de mercado de trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Mardônio Costa, o dado positivo condiz com o período de início das aulas em instituições de variados níveis de ensino.

Os segmentos de serviços médicos, odontológicos e veterinários e o de transportes e comunicação também tiveram impacto positivo no resultado de março. Dentro do setor de serviços, eles contribuíram com 200 e 140 vagas, respectivamente. Os serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e etc. Também tiveram saldo positivo de 97 vagas no período.

Entretanto, ele frisa que o mês de março não costuma ser predominantemente de números positivos. O dado do mês passado quebra uma constância de sete anos em patamar negativo, sendo que os dois piores na série histórica foram registrados no ano passado (-4.674) e em 2016 (-4.701). "Esse dado é o que aponta para uma melhora muito discreta no emprego formal do Estado. Claro que a gente tem que comemorar no sentido de termos uma mudança de tendência: nós viemos de contínuos saldos de fechamento de postos até meados de 2017 e, agora, em 2018, nós estamos vendo uma reversão".

Ele avalia que o dado revela um quadro de relativa estabilidade. "Tanto que você vê que temos uma variação de 0,02% na geração de vagas no mês, 0,18% se verificarmos no ano e 0,94% em 12 meses, então são pequenas oscilações que mostram que esse quadro de melhora vem se dando, bem lentamente", diz.

Ainda conforme a análise de Mardônio Costa, o dado fortalece a expectativa de crescimento no próximo semestre. "A situação no segundo semestre deve estar mais clara e deve haver retorno do investimento e do consumo, o que deve puxar (para cima) a economia", explica, acrescentando ainda que o período eleitoral tem impacto positivo e negativo no mercado de trabalho - formal e informal.

"O período eleitoral tem impacto positivo e negativo. O negativo é que o clima de incerteza, de entra e sai, de definição dos candidatos atrapalha a retomada e retarda investimentos. Por um outro lado, é um período que alimenta alguns setores", diz Mardônio Costa, usando a geração de empregos na indústria gráfica como exemplo.

Além do setor de serviços, também contribuíram para um saldo de vagas formais positivo a geração de postos de trabalho nos setores de administração pública (42), no comércio (35) e no setor extrativo mineral. Na divisão por cidades cearenses, as principais gerações de vagas de trabalho foram observadas nos municípios de Eusébio (302 vagas); São Gonçalo do Amarante (155); Juazeiro do Norte (141) e Tauá (97).

Trabalho intermitente

O saldo de vagas de trabalho geradas também foi positivo considerando a modalidade de trabalho intermitente, legalizada em novembro com após ser aprovada a Reforma Trabalhista. O Ceará foi o sétimo do País em geração de vagas de trabalho intermitente, com 171 postos. O principal destaque do País ficou por conta de São Paulo, com 767 vagas na modalidade.

Brasil

O Estado foi o quarto do Nordeste em geração de vagas de trabalho, atrás de Bahia (4.151); Maranhão (1.017) e Piauí (955). No quadro nacional, ficou na décima quarta posição. Os maiores saldo de vagas em março deste ano ficaram por conta de São Paulo (30.459), Minas Gerais (14.149), Rio Grande do Sul (12.667), Paraná (6.514), Goiás (5.312) e Bahia (4.151). Ao todo, 15 unidades da Federação tiveram geração positiva de postos no período.

Por região do País, o melhor desempenho foi no Sudeste, com 46.635 postos. O Sul teve aumento de 21.091 vagas formais, seguido do Centro Oeste (2.264). Os desempenhos negativos foram registrados no Norte (-231 postos) e no Nordeste (-13.608 postos). No Brasil, foram abertos 56.151 novos postos de trabalho, um aumento de 0,15% em relação ao estoque de fevereiro. O número resulta de 1.340.153 admissões e de 1.284.002 desligamentos.

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