CE tem maior exportação para janeiro desde 2000

Valor das vendas para o exterior registrou incremento de 15,3% na comparação com igual mês do ano passado

Escrito por Bruno Cabral - Repórter ,
Legenda: As vendas de calçados de borracha e plástico para o exterior somaram US$ 12,3 milhões, o equivalente a 6,8% do total. Esse tipo de produto foi o segundo na pauta de exportação do Ceará, atrás dos produtos siderúrgicos
Foto: FOTO: ELIZANGELA SANTOS

Em janeiro deste ano, o Ceará registrou o recorde em valor exportado para o mês, com US$ 180,4 milhões em produtos enviados ao exterior. O valor foi 15,3% superior ao verificado em igual mês de 2017 (US$156,4 milhões). O montante também é o maior desde o início da série história, no ano 2000. Ainda no primeiro mês deste ano, a balança comercial cearense apresentou um déficit de US$ 14,2 milhões, o melhor resultado para janeiro desde 2011, quando o valor das importações superaram o das exportações em US$ 11,0 milhões.

O principal parceiro comercial do Estado em janeiro, foram os Estados Unidos, para onde foram enviados US$ 42,2 milhões em mercadorias, o equivalente a 23,3% do total exportado pelo Ceará. Em seguida aparecem a Alemanha, com US$ 27,0 milhões (14,9%), Coreia do Sul, com US$ 24,5 milhões (13,5%), Polônia, com US$ 12,6% (7,0%), e China, com US$ 8,9 milhões (4,9%). Os cinco principais destinos somados foram responsáveis por 63,6% das exportações do Estado.

"Tradicionalmente, os EUA sempre foram fortes compradores dos produtos cearenses", diz o economista e consultor internacional Alcântara Macêdo. "Mas o que a gente notado é que a CSP (Companhia Siderúrgica do Pecém), empresa que é a grande responsável pela elevação das exportações do Ceará, tem sua produção voltada de maneira muito forte para a Coreia do Sul e para a Europa. E no decorrer dos próximos anos esses países deverão receber cada vez mais produtos do Estado", diz.

Entre os principais itens da pauta de exportação do Ceará, os produtos siderúrgicos, sobretudo os produzidos pela CSP continuam na liderança, representaram mais da metade do total enviado ao exterior em janeiro. O item "Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25 % de carbono" somou US$ 92,0 milhões no mês, o equivalente a 51,0% do total das exportações. Em janeiro, o Ceará foi responsável por 34,1% do total exportado pelo Brasil deste item.

Em seguida, entre os principais produtos da pauta cearense, aparecem os calçados de borracha e plástico, com US$ 12,3 milhões (6,8%, do total), a castanha de caju, com US$ 10,5 milhões (5,8%), melões frescos, com US$ 9,7 milhões (5,4%) e "outros calçados cobrindo o tornozelo, parte superior de borracha, plástico", com US$ 6,4 milhões (3,5%). Os cinco principais produtos da pauta cearense somaram US$ 130,9 milhões em janeiro, o equivalente a 72,6% do total exportado pelo Estado.

Participação

Com uma participação de 1,0% das exportações brasileiras em janeiro, o Ceará deve apresentar resultados cada vez mais fortes nos próximos meses, como consequência da chegada de mais empresas à Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará). "Em janeiro de 2019, certamente teremos mais uma vez o melhor janeiro da história. Além do aumento da produção da CSP, deveremos receber empresas exportadoras do setor de granito e talvez uma refinaria", diz Macêdo.

Com relação ao déficits da balança cearense, que somou US$ 140,4 milhões em 2017, Alcântara Macêdo diz que a tendência é que a balança cearense se torne superavitária nos próximos anos. "Ainda estamos iniciando esse processo, com algumas empresas ainda no papel. Se o Brasil tiver um crescimento em torno de 2,5% em 2018, com a inflação no nível atual, certamente o Ceará estará preparado para avançar".

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