CE tem dois projetos de fonte solar contratados

Ao todo, 31 projetos foram contratados no leilão, devendo injetar 889,7 MW na rede elétrica brasileira

Escrito por Redação ,
Legenda: O preço médio da energia solar praticado no leilão ficou em R$ 215,12 por megawatt-hora - deságio de 17,89% frente ao teto de R$ 262 reais
Foto: FOTO: KIKO SILVA

São Paulo/Fortaleza. A energia solar vendeu ontem, no Leilão de Energia de Reserva (LER) 2014, 1.048 megawatts (MW) de capacidade instalada de 31 novos projetos, no seu primeiro leilão público nacional em que não teve que disputar com outras fontes mais competitivas. O resultado foi considerado por autoridades como acima do esperado. Dos 31 projetos, dois são cearenses e totalizam R$ 280 milhões em investimentos.

Os projetos aprovados em todo o País vão injetar cerca de 889,7 MW na rede elétrica brasileira a partir de 2017, segundo informaram a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O preço médio da energia solar praticado no leilão ficou em R$ 215,12 por megawatt-hora (MWh) - deságio de 17,89% frente ao preço teto de R$ 262 permitido para a fonte. O total de energia vendida dessa fonte foi de 202,1 megawatts médios.

O mercado esperava que pelo menos 500 MW e no máximo 1.000 MW de energia solar fossem viabilizados no leilão, com baixo deságio, diante das incertezas em relação ao fornecimento de equipamentos nacionais e alta do dólar. O País só tem uma fábrica de módulos solares e alguns componentes das usinas são importados. Fabricantes internacionais aguardavam o resultado do leilão para definir se instalarão fábricas no País.

Além do Ceará, os parques solares vencedores estão localizados nos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Goiás e Paraíba.

Eólica

A energia eólica vendeu 333,2 MW médios, no total de 769,1 MW de usinas. O preço médio foi de R$ 142,34 por MWh, desconto de 1,15% ante o preço teto permitido de R$ 144. A fonte vendeu energia de 31 projetos na Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Piauí. Não houve vendas no caso dos 95 projetos inscritos pelo Ceará.

Para a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo, o resultado para essa fonte foi "dentro do esperado". "No fim, o resultado do leilão de hoje (ontem) foi muito bom, refletindo as expectativas que o setor tinha", disse.

Já Termelétricas a biomassa de resíduos sólidos não venderam energia no leilão. O pregão negociou R$15,9 bilhões em contratos de energia, que serão assinados por 20 anos. A energia precisa começar a ser entregue em outubro de 2017.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, classificou como um "marco" o resultado do leilão realizado ontem. Para ele, o certame deve ser destacado em vários aspectos, a começar pela ocorrência de 104 rodadas - novo recorde histórico. Nunca um leilão organizado pela CEE chegou a ter mais de 80 rodadas. Ele também ressaltou o valor da energia solar contratada no leilão. "Contratamos energia solar a um dos menores preços que se tem conhecimento no mundo, de aproximadamente US$ 90/MWh. Isso coloca o Brasil como uma das fronteiras da expansão da energia solar no mundo", afirmou Tolmasquim, em coletiva de imprensa.

Fato inédito

O terceiro fato destacado por ele foi a contratação de energia gerada a partir de usinas solares, fato inédito no Brasil. "Acredito que o preço da energia solar irá cair", disse. "O leilão foi um marco para o setor elétrico", sintetizou o presidente da EPE.

De acordo com Tolmasquim, o número de 889,66 MW de capacidade instalada dos projetos solares cuja energia foi contratada no LER de ontem considera capacidade de energia injetada na rede, ou seja, o fator da potência injetada na rede. Considerando os padrões regulares dos leilões brasileiros, esse número sobe para 1.048 MW.

Com isso, a capacidade instalada dos projetos com energia contratada no leilão sobe do número de 1.658 MW divulgado inicialmente para 1.817 MW, incluindo os 769,1 MW de energia eólica contratada.

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