CE: mais de 14 mil vagas foram fechadas no ano

No mês passado, o desempenho foi baixo devido à diminuição de postos nos setores de serviços e indústria

Escrito por Redação ,
Legenda: O setor de serviços registrou o maior fechamento de postos do Estado, em julho, com 2.150 vagas celetistas a menos
Foto: FOTO: JULIANA VASQUEZ

Fortaleza/ Brasília. Revertendo para o patamar negativo o índice que havia crescido em igual período do ano passado, o Ceará fechou, entre janeiro e julho deste ano, 14.756 postos de trabalho formal, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em 2014, nos sete primeiros meses do ano, o Estado havia ganhado 14.418 vagas celetistas, resultado que mostra a tendência decrescente assumida pelo emprego formal desde o ano passado.

Em julho, foram fechadas 3.411 vagas com carteira assinada no Ceará, o que representa uma queda de 0,28% em relação ao estoque de assalariados do mês anterior. O número é também o mais baixo - e o primeiro a ser negativo - para o mês desde 2003, segundo o Caged. As maiores baixas foram registradas nos setores de serviços (-2.150 vagas), indústria da transformação (-1.282 vagas) e comércio (-885 vagas).

Segundo o coordenador de Estudos e Análises de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita, embora os índices de emprego já viessem registrando uma queda, o resultado negativo deste mês foi mais contundente. "O segundo semestre costuma ser mais favorável, porque você tem o período de alta estação, mas os resultados estão bem negativos, e agora parecem ter chegado mais precisamente ao comércio e aos serviços", avalia.

Geração por município

A retração, acrescenta Mesquita, atingiu inclusive segmentos que costumavam ser rentáveis, como comercialização e manutenção de imóveis. Fortaleza liderou a redução de postos de trabalho formal em julho, com 2.864 vagas a menos, seguida por Maracanaú (-384), Sobral (-282), Eusébio (-243) e Paraipaba (-200). Em São Gonçalo do Amarante, o resultado para empregos celetistas foi positivo no último mês, com a abertura de 258 vagas, assim como Aracati (177), Itarema (139), Paracuru (130) e Granja (120).

Nos últimos 12 meses, de acordo com a pesquisa, o Ceará teve crescimento de 1,50% no nível de emprego, com o acréscimo de 18.019 postos de trabalho.

Menor desde 1992

Em todo o País, foram fechados 157.905 postos de trabalho com carteira assinada em julho, segundo o Caged. O número representa queda de 0,39% no total de trabalhadores formais em comparação com o resultado do mês anterior. Os números de julho representam a menor geração de empregos para o mês desde 1992, quando se iniciou a série histórica.

O total resulta da diferença entre admissões (1.397.393) e demissões de trabalhadores (1.555.298). Segundo o MTE, no acumulado do ano, houve perda de 494.386 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o recuo foi de 778.731 vagas, na série ajustada.

No mês, entre os setores de atividade econômica, apenas a agricultura teve desempenho positivo, com geração de 24.465 postos. De acordo com o levantamento, o resultado é muito próximo da média de 2003 a 2014 para o mês de julho (geração de 24.848 postos de trabalho). Mais cedo, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, havia adiantado que os números do Caged seriam negativos.

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