Câmbio artificialmente valorizado não é a intenção

Escrito por Redação ,
Legenda: Ministro da Fazenda afirmou que o empresariado não deve contar com medidas do governo no câmbio para ganhar competitividade
Foto: Foto: AGENCIA BRASIL

São Paulo. "A economia (brasileira) tem funcionado mais por conta própria do que com apoio do governo". A frase poderia ter partido do meio empresarial. Mas foi dita ontem pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em evento realizado para clientes e investidores do grupo Bradesco, em São Paulo.

O ministro mencionou a questão cambial ao responder pergunta de economista do Bradesco sobre como o governo planeja contribuir para a indústria brasileira, especialmente a que exporta, conseguir se reerguer. Levy afirmou que o câmbio é uma variável que não se pode controlar com facilidade e afirmou não ter a intenção de manter o câmbio "artificialmente valorizado". "Não faremos grandes operações no câmbio", disse.

Sem ajuda

Nesse contexto, Levy afirmou que o empresariado não deve contar com medidas do governo no câmbio para ganhar competitividade. A respeito das contribuições do governo, o titular da Fazenda afirmou que o governo vai "focar muito" na infraestrutura, na área de portos.

O ministro da Fazenda começou o evento afirmando que a economia mundial vive um momento de transição.

"Muitas medidas adotadas após a crise de 2008 estão sendo desfeitas", declarou Levy, citando o crescimento do déficit norte-americano e a mudança promovida na política monetária nos Estados Unidos. Outra mudança no ambiente global foi o "boom" das commodities que, em um primeiro momento, favoreceu o Brasil, mas depois de um tempo criou desequilíbrios para o País.

Acúmulo de reservas

Levy lembrou que, no auge da crise financeira global, o governo brasileiro conseguiu fazer uma política anticíclica e acumular reservas. "Naquele momento, nós tínhamos estabilizadores, mas eles se esgotaram com o tempo. Isso exige uma reorientação da economia", afirmou o ministro.

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