Caixa e BB vão precisar de aporte

Escrito por Redação ,

São Paulo. A Fitch avalia que, entre o final de 2017 e início de 2018, os bancos públicos, em especial Caixa e Banco do Brasil (BB), irão precisar de um aporte de capital para que possam estar enquadrados nas novas regras de requerimento de capital, a chamada Basileia 3. Essa regra determina o quanto o banco deve ter de patrimônio para assumir um determinado nível de risco (operações de crédito).

"Os grandes bancos privados não devem encontrar problema, mas os públicos são outra história. Caixa e BB são os bancos em que vemos um ajuste mais forte. No nosso modelo interno, precisariam de um aporte até 2018, isso se nada acontecer", diz Raphael Nascimento, analista de diretor de instituições financeiras da agência de classificação de risco Fitch Ratings.

Basileia 3 deverá estar completamente implementada até janeiro de 2019, ou seja, os bancos terão até 2018 para fazer os ajustes. Entre as novas regras, está a exigência de um volume mínimo de capital principal, que deve ser de 4,5% dos ativos de risco, e o capital de nível 1 (atualmente é de 6% dos ativos e deverá chegar a 8% em 2019).

Venda de ativos

Robert Stoll, analista da Fitch em Nova York, lembra que os bancos públicos, além da situação de crise econômica no País, devem se preocupar também com esse ajuste. Para isso, devem considerar a venda de ativos, mas de forma que isso represente um bom retorno às instituições. Ele lembrou que o Banco do Brasil já falou da possibilidade de vender a participação no Banco Votorantim e Patagônia (Argentina). No caso da Caixa, há a possibilidade de venda da fatia no Banco Pan.

É também preciso pensar, no caso dos bancos públicos, no corte de despesas e em uma destinação aos créditos inadimplentes (que podem ser vendidos a empresas especializadas nesse tipo de operação).

Uma das preocupações da agência é com a possibilidade dos bancos públicos precisarem aportar recursos nos fundos de pensão de seus funcionários.

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