Brasil quer atrair estrangeiros

Escrito por Redação ,

Londres/Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem como grande foco atrair investidores estrangeiros para o Brasil. Ele falou sobre o tema ao jornal britânico Financial Times, que trouxe ontem um caderno especial sobre o País, voltado para infraestrutura. Apesar de alguns alertas de que a situação crítica da política e economia doméstica possa impedir a chegada de capital externo, Meirelles diz não acreditar em "atrasos".

A publicação ressalta que o governo federal embarcou em um programa de infraestrutura de US$ 45 bilhões destinado a tirar o Brasil de uma profunda recessão e melhorar sua produtividade e que Meirelles insiste que, desta vez, o maior país da América Latina não deixará passar a oportunidade.

O jornal lembra que em meio à atratividade dos mercados emergentes, a economia brasileira recuou 7,4% nos últimos dois anos. Parte da resposta do governo foi abrir o setor de energia para mais investimentos estrangeiros, além de realizar leilão de concessões rodoviárias, ferroviárias e aeroportuárias.

"Existe muito interesse", disse Meirelles ao jornal britânico. "Está lá, definitivamente. Nós também estamos vendo isso em linhas de transmissão e campos petrolíferos offshore de grandes companhias de petróleo", continuou o ministro.

Ele também afirmou que uma reestruturação mais ampla do processo de licitação para infraestrutura está em andamento. O processo visa a garantir financiamento dentro de um sistema que, segundo críticos, foi enredado por questões políticas, pouco planejamento e má supervisão, em meio a empréstimos baratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No caderno especial do Financial Times sobre Brasil, a publicação aborda o interesse chinês em investir em ativos ligados à infraestrutura brasileira. O periódico lembra a explosão das exportações de commodities para o país asiático desde os primeiros anos do milênio, que se dissipou em 2015 por causa de problemas econômicos.

Otimismo

A economia brasileira tem potencial de crescer 0,7% este ano e "algo entre 2% e 3% no ano que vem", disse ontem o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida.

A expectativa é mais otimista do que as projeções oficiais do governo, que apontam atualmente para alta de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) este ano e avanço de 2% em 2018.

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