Bons índices e futuro promissor representam varejo no Estado

Acima de todos os indicadores nacionais, o comércio varejista foi bem em 2014 e projeta um 2015 ainda melhor

Escrito por Redação ,
Legenda: A atividade cresceu 4,1% no Ceará, de acordo com dados do Ipece
Foto: Foto: honório barbosa

Enquanto o comércio brasileiro registrou diversas quedas neste ano, no Ceará, o setor continua aquecido, deve fechar 2014 em alta e ainda projeta um 2015 de manutenção do crescimento. Neste ano, só no terceiro trimestre, a atividade cresceu 4,1% no Ceará, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

A pujança do segmento pode ser percebida, principalmente, em Fortaleza e região metropolitana, com a inauguração e ampliação de shopping centers. "Apesar de o ano ter sido atípico, com muitos feriados, Copa do Mundo e eleições, 2014 não foi ruim para o varejo", ressalta o presidente eleito da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Fortaleza, Severino Ramalho Neto.

Defensor do mesmo otimismo, o presidente eleito da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL), Freitas Cordeiro, destaca que "o varejo vive a realidade do povo" e diz não ver "razão nenhuma para antecipar cenários desastrosos para a economia nacional e do Ceará como um todo".

Os dois lembram que o Estado, assim como os demais do Nordeste, vem crescendo acima da média nacional e a tendência é continuar assim.

Indicadores positivos

O Produto Interno Bruto (PIB) cearense, por exemplo, está há 18 trimestres consecutivos além do PIB brasileiro. O Estado, inclusive, lidera no Nordeste com a criação de mais empregos.

No que se refere à inflação, que ainda permanece acima do teto da meta (6,50%), Severino destaca que a alta dos preços não é favorável a ninguém, tendo que ser combatida com a ampla oferta de produtos. No entanto, diz que criou-se um certo exagero em torno da inflação durante o ano. "O governo tem que trabalhar com o setor produtivo para ampliar essa oferta", afirma.

Fatores que prejudicam

Sobre o que atrapalhou o desempenho do comércio varejista cearense ao longo de 2014, Freitas Cordeiro aponta para os escândalos de corrupção, o descontrole das contas públicas e também para o câmbio desfavorável, os quais, até o momento, ainda seguem preocupando o empresariado do setor.

No entanto, o presidente eleito da FCDL disse acreditar em uma mudança significativa nestes fatores a partir dos últimos acontecimentos, como a nomeação da nova equipe econômica para o próximo governo da presidente Dilma Rousseff.

Mais crescimento

Considerando que o Ceará é um estado onde o turismo vem sendo cada vez mais fortalecido, tendo Fortaleza como a principal porta de entrada para os destinos, Severino acredita que 2015 será um ano novamente positivo para o setor.

"Eu procuro sair de Fortaleza para ficar pessimista. O Brasil está numa situação muito preocupante, mas estou esperançoso. Esse cenário vai melhorar em 2015, com os ajustes necessários na economia", afirma.

Já para Freitas não há razão para não visualizar um próximo ano de sucesso nas vendas. Como exemplo maior deste otimismo, ele cita o Fortaleza Liquida - campanha promocional realizada anualmente pela CDL Fortaleza e que envolve lojistas de rua de shoppings.

Para 2015, ele conta da expectativa de movimentar até R$330 milhões, enquanto que, em 2014, a cifra registrada pela entidade foi de R$ 270 - cerca de 22% menos.

Cenário sinaliza incerteza para comércio de veículos

Carnaval em março, Copa do Mundo de Futebol e uma maior dificuldade dos bancos em aprovar financiamentos impactaram negativamente as vendas de carros novos em Fortaleza e região metropolitana no primeiro semestre de 2014. Estas foram as justificativas das concessionárias de veículos apresentadas ao longo de todo o ano, a cada vez que as metas não eram batidas.

No segundo semestre, apesar das eleições, o setor automotivo cearense voltou a respirar mais tranquilamente. Nos últimos meses do ano, com a notícia de que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis subirá a partir de 1º de janeiro de 2015, o mercado ficou ainda mais aquecido.

O aumento da demanda por veículos novos, aliada a uma maior abertura das instituições financeiras no que se refere a financiamentos, foi positiva para o setor. Neste mês (até o dia 17), foram comercializados 3.862 carros novos, o que representa um aumento de 24,5% em relação a novembro (3.100).

Expectativas frustradas

De acordo com o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores no Ceará (Fenabrave-CE), Fernando Ponte, a expectativa é que 2014 feche com 59.500 automóveis vendidos. Antes, projetava-se a comercialização de mais de 60 mil unidades. Até o último dia 17, o número já havia chegado a 59.219.

'Nebulosidade em 2015'

Com relação às perspectivas para o setor em 2015, o presidente da Fenabrave-CE diz que vê uma certa nebulosidade sobre o mercado automotivo.

"Ninguém sabe, ao certo, como será a nova política econômica e fiscal do governo, e nem como os bancos vão se portar diante disso. Só poderemos prevê alguma coisa a partir de abril de 2015. Teremos de janeiro a março para a acomodação do mercado", afirma, externando certa desconfiança com os rumos apontados pelo governo para a economia.

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