Black Friday: 450 sites devem ser evitados
Lista do Procon-SP foi atualizada para o período para garantir mais segurança ao consumidor na compra
São Paulo. A maquiagem de preços costuma ser um dos principais alvos de reclamações dos consumidores durante a Black Friday no Brasil. A prática consiste no aumento do valor de um produto poucos dias antes da data da promoção, com o objetivo de oferecer um "desconto" que deixa o preço igual ou superior ao valor não promocional. Segundo o site Reclame Aqui, das 8.500 reclamações recebidas pelo portal na Black Friday do ano passado, 27% foram referentes à maquiagem de preços.
O Procon-SP também cita essa fraude entre os tipos frequentes de reclamação feita ao órgão durante a última edição - foram 302 denúncias recebidas. O órgão de defesa do consumidor disponibiliza uma lista de 450 sites que devem ser evitados - não só durante a Black Friday - por, após reclamações de clientes, não terem sido encontrados ou não terem respondido a notificações do Procon-SP.
Outros problemas
No levantamento feito pelo Reclame Aqui, a grande maioria das reclamações sobre o evento de 2013 diz respeito à falta de estoque dos produtos ofertados - 46% dos protestos registrados.
A lentidão e dificuldade para acessar os sites também foi bastante citada, sendo motivo de revolta de 21% dos usuários.
As lojas eletrônicas mais apontadas nas denúncias foram Extra, Submarino e Ponto Frio, diz a pesquisa, sem revelar o tipo de reclamação que predominou em cada vendedora.
Em nota, o Extra e o Ponto Frio, ambos pertencentes ao Grupo Pão de Açúcar, disseram à reportagem que "as companhias vêm se preparando há cerca de um ano para a data, com o objetivo de promover melhorias continuas nos processos adotados por todas as áreas".
"Além do SAC e dos canais de rede sociais, o Extra.Com.Br e o Pontofrio.Com contam com departamento de Ouvidoria, o que resulta na melhoria da qualidade de atendimento ao consumidor", posicionou-se o grupo, que é também signatário do Black Friday Legal. O Submarino não se manifestou sobre o assunto.
Selo garante descontos
Mais de 500 lojas participantes da Black Friday, marcada para próxima sexta (28), se inscreveram para receber o selo Black Friday Legal - um "código de ética" em que as vendedoras se comprometem a praticar ofertas reais, sem que pratiquem maquiagem de preços.
Criado no ano passado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (CBCE), o selo ajuda identificar lojas com credibilidade na hora de fazer as compras durante o período de descontos. O número de inscritos surpreendeu a própria Câmara: no ano passado, apenas 123 lojas se cadastraram no programa, e o órgão esperava um crescimento de no máximo 25% para 2014.
Seleção rigorosa
Os empreendimentos que desejam aderir ao programa estão passando por um processo de análise cadastral, e os aprovados devem ser divulgados até amanhã. Segundo a Câmara, a análise verifica dados cadastrais da empresa, como CNPJ e Razão Social ativos na Receita Federal, se a loja disponibiliza informações de contato e se consta na lista de reclamações do Procon.
Fortaleza entre as dez
O Busca Descontos - detentor da marca Black Friday no Brasil - anunciou ontem as dez cidades que mais buscaram pela promoção no ano passado e Fortaleza encontra-se na décima posição, responsável por 1,8% das buscas. A primeira foi São Paulo (18,1%). Salvador (2,6%) foi a 6ª e Recife (2,1%) a nona.
Mais informações
Para acessar a lista negra de sites:
www.procon.sp.gov.br