BC alerta para risco de bolha em operações de Bitcoin

Escrito por Redação ,

São Paulo. O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, ontem (16), durante evento em São Paulo, sobre o risco de bolha e formação de pirâmide nas operações do Bitcoin, a moeda virtual mais usada atualmente. O Bitcoin, afirmou Ilan, é um ativo sem lastro e as pessoas compram porque acreditam que a moeda vai valorizar. Quanto mais percepção de que o ativo vai se valorizar, mais pessoas compram e mais o preço de fato sobe. "Isso é a típica bolha ou pirâmide que existem na economia há centenas de anos", disse.

Moedas virtuais, revolução digital e fintechs, as empresas financeiras de tecnologia, foram temas de várias perguntas feitas ao presidente do Banco Central C durante evento nessa segunda-feira na Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura. O presidente reforçou também que o Banco Central quer evitar a formação de bolhas e pagamentos ilícitos com utilização destas moedas e novos mecanismos financeiros.

Regulamentação

Um dos presentes citou uma pesquisa do Goldman Sachs, que ressalta que os bancos devem perder quase US$ 5 trilhões para a indústria de Fintechs nos próximos anos e se o BC não está preocupado com este mercado. Ilan respondeu que é importante diferenciar as várias empresas de tecnologia, algumas focadas em pagamentos, outras em empréstimos e ainda o bitcoin, a moeda virtual.

Ilan ressaltou que o BC prepara uma regulação para as Fintechs, que são as empresas financeiras de tecnologia, com medidas em audiência pública.

Em relação às discussões sobre uma suposta formação de nova bolha financeira devido ao alto preço dos ativos atualmente, Ilan afirmou que o aumento dos preços está ligado ao próprio crescimento global e ao juro baixo. "O ponto central para os preços dos ativos subirem é que a economia global está crescendo A economia global vai crescer quase 4% e o juro é zero. Essa combinação é imbatível", afirmou, reconhecendo, porém, que há riscos, como a própria inflação muito baixa.

Ilan disse que essa preocupação com uma nova bolha é recorrente depois da crise financeira de 2008. Mas afirmou que o próprio questionamento sobre a existência ou não da bolha "coloca um freio nos excessos e tenta evitar um pouco exageros".

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.