Bancos e indústria otimistas com mudança

Anúncio dos novos ministros repercutiu ao longo de todo o dia e, em sua maioria, foi recebido com confiança

Escrito por Redação ,
Legenda: Setor industrial aprovou os nomes e quer aprofundar o diálogo com o governo para ajudar o País a vencer os desafios nos próximos anos
Foto: Foto: CID BARBOSA

Brasília. O Palácio do Planalto anunciou ontem os primeiros nomes de ministros da equipe do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff - Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini, que permanecerá como presidente do Banco Central, cargo com status de ministro. O anúncio repercutiu ao longo de todo o dia e foi recebido, em sua maioria, com otimismo por parte de empresários, representantes do setor produtivo e economistas.

"A presidente fez excelentes escolhas. Os três têm larga experiência na formulação e implementação de políticas macroeconômicas, sempre colocando o interesse público em primeiro lugar", ressalta Murilo Portugal, presidente-executivo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ele lembra, ainda, que como secretário do Tesouro, Joaquim Levy executou com firmeza as políticas do ex-presidente Lula de ampliação do superávit primário e de redução e melhoria da composição da dívida pública. "A confirmação de Alexandre Tombini renova a expectativa do combate firme à inflação e estou certo que Nelson Barbosa também dará contribuição positiva. Estamos mais otimistas com o próximo ano", afirma.

O presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, também elogiou a nova composição da equipe econômica, pois, segundo ele, a mesma "reafirma o compromisso deste governo com o desenvolvimento, a estabilidade e a gestão competente da política econômica".

Trabuco destaca também a importância da renovação, numa transição sem sobressaltos. Para ele, os nomes de Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini representam "pilares de credibilidade", cada qual em sua área. "Eles se complementam e dão unidade de ação a um governo que almeja o controle da inflação, a austeridade fiscal e a elaboração de um conjunto de reformas estruturais modernizadoras", opina.

Medidas eficazes

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse crer que os novos ministros atuarão de forma eficaz para implementar as medidas capazes de elevar a competitividade da economia brasileira. "Essa agenda é fundamental para o futuro da indústria", cita a Confederação.

Para a CNI, os nomes escolhidos pela presidente Dilma Rousseff para comandar a equipe econômica do governo a partir de 2015 têm reconhecida competência técnica. "Desejamos aos novos ministros êxito no trabalho", diz o presidente da Confederação, Robson Braga de Andrade. Ele afirma que a indústria quer aprofundar o diálogo entre as partes e ajudar o País a vencer os desafios nos próximos anos.

Firjan se manifesta

Também em nota, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) disse receber "com renovado otimismo" o anúncio dos novos ministros.

A escolha de Levy, de acordo com a Firjan, indica a escolha da presidente Dilma Rousseff por uma política econômica voltada para a estabilidade e a intenção dela de agir no combate à inflação e na melhora do quadro fiscal brasileiro.

'Coerente'

Para a entidade, Levy deixou um importante legado para a administração das contas públicas com sua atuação firme à frente da Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro e com o período à frente da Secretaria do Tesouro Nacional. O anúncio de Nelson Barbosa para o ministério do Planejamento, ainda segundo a nota da Firjan, "é coerente com o perfil técnico e de qualificação que, ao que tudo indica, norteará a configuração da área técnica do governo".

O que eles pensam

Aperto fiscal e monetário serão nova tendência

"A expectativa é que tenhamos uma política econômica mais ortodoxa, e conservadora. Espera-se um aperto monetária para conter a inflação, o que deve culminar em um novo aumento na taxa básica de juros. A política fiscal também deve ser apertada, com o governo freando os gastos públicos e aumentando tributos para reduzir o desequilíbrio fiscal".

Ricardo Eleutério
Economista

"Recebemos esses novos nomes com esperança, sobretudo de que o governo volte a acertar, fazendo a economia crescer, mas que mantenha as políticas sociais que já foram conquistadas. O Levy tem um perfil mais distante do governo, o que mostra que o executivo está disposto a ceder em alguns pontos. O comércio precisa que o País cresça".

Honório Pinheiro
Presidente eleito da CNDL

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