Bancários do CE podem entrar em greve na terça

Assembleia irá decidir se haverá adesão ao indicativo de greve nacional, a exemplo dos últimos 13 anos

Escrito por Murilo Viana - Repórter ,

Os bancários do Estado decidem hoje se vão paralisar suas atividades a partir da próxima terça-feira (6). Será realizada uma assembleia na sede do Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará (Seeb-CE), a partir das 18h30, para decidir se a categoria adere ou não ao indicativo de greve do Comando Nacional dos Bancários. Os bancários do Estado acataram a recomendação nacional nos últimos 13 anos.

Caso optem pela greve, a categoria irá realizar outra assembleia, organizativa, na segunda-feira (5) para definir como será o movimento de paralisações.

Segundo o presidente do Seeb-CE , Carlos Eduardo Bezerra, cerca de60% do total de agências do Ceará, incluindo bancos públicos e privados, pararam suas atividades na mobilização realizada no ano passado. A expectativa dele é que, deflagrada a greve hoje, essa adesão se mantenha.

A última negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ocorreu na última terça-feira (30). As entidades não chegaram a um acordo, e o Comando Nacional indicou a deflagração da greve para a categoria em todo o Brasil a partir da próxima terça.

Reivindicações

As reivindicações dos bancários incluem reajuste salarial de 9,57% (projeção da inflação dos últimos 12 meses) mais 5% de aumento real; vales alimentação e refeição no valor de R$880,00 ao mês cada um; e 13ª cesta e auxílio-creche/babá no mesmo valor.

A categoria também quer o piso de R$3.940,24, equivalente ao salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas, segundo divulgou Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em junho.

Também está entre os pleitos a melhoria nas condições de trabalho, com o fim de metas consideradas abusivas pela categoria, e mais contratações. As demandas dos bancários também incluem medidas de segurança, como permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários e instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento.

Propostas

Os bancos, por sua vez, propõem reajuste de 6,5%; pisos salariais que variam entre R$ 1.467,17 e R$ 2.842,9, a depender do cargo; auxílio refeição de R$ 31,57; auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta de R$ 523,48; auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) de R$ 420,36 e R$ 359,61 (filhos até 83 meses); vale-cultura de R$ 50 (mantido até 31 de dezembro deste ano, quando expira o benefício); gratificação de compensador de cheques de R$ 163,35; requalificação profissional de R$ 1.437,43; e auxílio-funeral de R$ 964,50.

"Os bancos estão querendo arrocho salarial e não trouxeram nenhuma proposta de emprego, saúde e segurança", avalia o presidente do Seeb-CE.

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