Atividade industrial do CE sobe 1,4% em maio

O avanço foi registrado na comparação com abril deste ano. Ante maio de 2015, contudo, há recuo de 2,3%

Escrito por Redação ,
Legenda: No acumulado dos últimos 12 meses, a queda na produção industrial é de 8,5%. Apesar do número negativo, o IBGE aponta maior dinamismo
Foto: FOTO: CID BARBOSA

Após queda de 0,3% na passagem da março para abril, a produção industrial no Ceará reagiu, voltando a registrar variação positiva. Em maio, na comparação com abril deste ano, a atividade industrial no Estado cresceu 1,4%. Entretanto, na comparação entre maio de 2016 com maio de 2015, houve queda de 2,3%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e foram divulgados ontem (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado mensal de maio ante abril foi a quinta maior variação dentre as regiões pesquisadas. O percentual para o mês ficou atrás da região Nordeste, que teve avanço de 1,6% na atividade industrial, Espírito Santo, com 3,8%; Rio Grande do Sul (4,4%) e Amazonas (16,2%). No ano, ou seja, de janeiro a maio, a indústria cearense recuou 5,8%.

O índice de média móvel trimestral para o trimestre encerrado em maio mostrou alta de 0,6%. Na avaliação do economista da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale, essa inconstância é típica de momentos em que a atividade caminha para a estabilização. "É isso que está ocorrendo com a indústria. Tivemos um 2015 com quedas intensas. No primeiro semestre de 2016, a indústria começa a caminhar para essa estabilização, com as quedas diminuindo de intensidade", explica.

Muchale ressalta que o quadro de estabilização ainda não está disseminado em todos os segmentos, já que ainda há fortes retrações. "Ainda temos reduções intensas em alguns segmentos como vestuário e produtos de metal", enumera.

No Estado, oito das 11 atividades investigadas apresentaram queda na produção. Os principais impactos negativos foram registrados pelos setores de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-7,1%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-11,9%) e de produtos alimentícios (-5,4%). Outros recuos vêm dos setores de bebidas (-9,1%), de produtos de minerais não-metálicos (-13,4%), de produtos de metal (-26,5%) e de metalurgia (-14,2%).

Ganho de ritmo

No acumulado dos últimos 12 meses até maio, a queda na produção industrial é de 8,5%. Apesar do número negativo, o IBGE aponta maior dinamismo no resultado em relação ao acumulado de 12 meses até abril, quando a retração da atividade industrial era de 9,3%, revelando uma desaceleração da queda.

"De forma geral, um ponto interessante é essa redução de intensidade das quedas", analisa Muchale, destacando a influência do momento político e econômico. "A instabilidade política ainda existe, mas agora é bem menor, então um cenário mais nítido favorece que os agentes econômicos façam suas apostas", completa o economista.

Brasil

No País, dos 14 locais pesquisados, oito tiveram resultados negativos. Na passagem de abril para maio deste ano, a variação da atividade industrial nacional foi nula (0%), com retração de 9,8% no acumulado do ano (janeiro a maio) e queda de 9,5% no acumulado em 12 meses. Em maio deste ano ante maio de 2015, a retração foi de 7,8%.

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