Atacadistas esperam ação do governo para aquecer setor

Escrito por Redação ,

Enfrentando dificuldades para driblar a desaceleração do consumo, agentes de distribuição e varejo esperam uma reação do Governo Federal para conter o desaquecimento econômico. Para José do Egito Frota, presidente da Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o Governo precisa colocar em prática o discurso prometido de que iria mudar e reduzir gastos para retomar o crescimento.

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Em coletiva à imprensa na abertura da 35ª edição da Convenção Anual do Atacadista Distribuidor - Abad 2015, Egito destacou que promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) criaram uma expectativa de possível melhora na economia que não aconteceu devido ao não cumprimento das propostas. "A partir do momento em que o Governo faça o dever de casa e bote em prática o que tem que ser feito - reforma tributária, melhoria de infraestrutura e tudo o mais - a coisa vai começar a fluir melhor", declarou.

Ele apontou que o setor espera crescer em torno de 1% em 2015, contando com que o segundo semestre seja mais aquecido em termos de venda do que o primeiro, que registrou queda de 10% em relação ao mesmo período que no ano passado. "Embora a economia não esteja favorável, nós estamos aprendendo muito. Aprendemos muito no primeiro semestre, então a possibilidade de erro nossa é muito menor", pontuou.

Em relação ao Ceará, Jocélio Parente, presidente da Associação Cearense dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Acad), destacou que as vendas têm caído menos que o Brasil, reduzindo em torno de 3% no primeiro semestre. Ele pontuou que a expectativa de crescimento anual é de 2,5% e que o desemprego no setor tende a aumentar.

Segundo Jocélio, uma das principais ações que têm sido adotadas pelas empresas cearenses do setor é de enxugamento, com redução de custos e aumento de eficiência. Outra tática apontada pelo presidente é o fortalecimento dos atacados juntamente à indústria. "Que ela nos traga conhecimento e informações para que a gente possa levar ao varejo", destacou.

Na visão de Egito, as pequenas empresas tendem a levar vantagem frente aos grandes players do setor atacadista quanto à efetividade da redução de custos. "Tanto no setor atacadista, como no varejista, é mais fácil essa adequação para o pequeno negócio. As grandes empresas precisam fazer um redesenho", ponderou. Entre outras estratégias para atravessar o período, o presidente informou que o setor aposta na capacitação do pequeno varejo e na realização de pesquisas para acompanhar os desejos dos consumidores.

Já Fernando Yamada, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), disse que o setor tem investido em produtividade, na gestão energética e na gestão de pessoas para crescer com competitividade.

Supermercados

Segundo Yamada, o setor supermercadista fechou o primeiro semestre de 2015 praticamente com 0% de crescimento, enquanto a proposta era a de crescer 1%. Para o próximo semestre, eles mantém a meta. "O único setor que tem agenda positiva de crescimento é o de supermercados. Estamos nos ajustando e há um otimismo forte, principalmente ligado ao fornecedor em função de pesquisas".

Já Gerardo Vieira Albuquerque, presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), apontou que o setor tem crescido no Estado apesar das dificuldades a nível nacional. Ele apontou que o setor conseguiu crescer 4,4% no Estado em função de novas lojas que foram agregadas. "A tendência que a gente continue no mesmo ritmo. Queremos ver se conseguimos crescer 5% em 2015".

A Abad 2015 reúne, até quinta-feira, no Centro de Eventos, a indústria, os agentes de distribuição e o varejo em um dos maiores encontros de negócios do segmento na América Latina. É esperado que o evento receba um público de 13 mil pessoas.

Yohanna Pinheiro
Repórter

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