Aneel define bandeira vermelha para fevereiro

Enquanto a bandeira estiver vermelha, os consumidores pagarão R$ 3 a mais para cada 100 kWh consumidos

Escrito por Redação ,
Legenda: O sistema de bandeiras tarifárias opera com as cores verde, amarela e vermelha, indicando se a energia custará mais ou menos
Foto: Foto: ALEX COSTA

Brasília. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou ontem (30), que a bandeira tarifária para o mês de fevereiro de 2015 é vermelha. Para os consumidores, isso significa um acréscimo de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, exceto para os estados do Amazonas, Amapá e Roraima.

O sistema de bandeiras tarifárias opera com as cores verde, amarela e vermelha, indicando se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade, para os quatro subsistemas do Sistema Interligado Nacional (SIN). Assim, o consumidor pode identificar qual a bandeira do mês e reagir a essa sinalização com o uso consciente da energia elétrica, sem desperdício, diz a Aneel.

Bandeira verde significa condições favoráveis de geração de energia. Bandeira amarela representa condições de geração menos favoráveis, em situação na qual a tarifa sofre acréscimo de R$ 1,5 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Bandeira vermelha significa condições mais custosas de geração, quando a tarifa sobre acréscimo de R$ 3 para cada 100 kWh.

Situação é 'desafiadora'

O ministro de Minas e Energia (MME), Eduardo Braga, evitou falar em risco de apagão, mas classificou de "desafiadora" a situação do fornecimento de energia no País ao chegar para a reunião do conselho do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). "Temos que trabalhar duro e firme para continuar garantindo o fornecimento de energia ao consumidor brasileiro". Segundo Braga, o MME discute alguns remanejamentos com o ONS e a Aneel diante da mudança do horário de pico de demanda do fim do dia para entre 14h e 16h, período em que ocorreu o apagão que atingiu as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste no último dia 19. O ministro disse que é preciso avançar no planejamento para o fornecimento.

Regras de leilão alteradas

Enquanto isso, o MME alterou a portaria que autorizou a realização de Leilão A-5, para compra de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de geração, no dia 30 de abril. Entre as modificações, o prazo para cadastramento e habilitação dos projetos será até 2 de fevereiro para termelétricas a carvão, a gás natural e a biomassa. Para as usinas hidrelétricas, o prazo terminou em 15 de janeiro. O texto diz que os empreendedores que quiserem apresentar projetos de geração termelétrica devem protocolar na Empresa de Pesquisa Energética os documentos de comprovação da disponibilidade de combustível para a operação contínua até 2 de março.

CE: consumo de energia cresceu 2,5%

Apesar da crise do setor elétrico e os temores de racionamento de energia no País, o consumo per capita no mercado cativo no Ceará, em 2014, registrou alta de 2,5% em relação aos níveis de 2013, alcançando 3.023 KWh/consumidor. Já as vendas e o transporte de energia chegaram a 11.231 GWh, 4,6% a mais do que o valor do ano anterior.

Durante o ano de 2014, a Companhia Energética do Ceará (Coelce) registrou cerca de 125 mil novos consumidores, sendo mais de 76 mil da classe residencial. A Coelce investiu R$ 274,8 milhões no ano, com o equivalente a 52% dos gastos destinados à conexão de novos clientes.

Na região Nordeste a alta no consumo foi de 1,1% no ano passado. O gasto residencial cresceu 6%, o industrial apresentou queda de 6,2%, o comercial alta de 6,6% e a categoria "outros" um crescimento de 2,7%. Já no mês de dezembro, o aumento foi de 1,7%, registrando aumento de 5,3% no consumo residencial, 7,4% no comercial e 4,4% em "outros". O setor industrial caiu 5,7% em 2014.

No Brasil

Em meio a crise energética que se encontra o País, o consumo de energia cresceu 2,2% em 2014, em comparação ao ano anterior, registrando a marca de 473,4 TWh (ou 473 mil GWh). Apesar da alta registrada, o valor apresentou a menor taxa de crescimento desde 2009, quando o consumo total retraiu 1,1% em razão da crise econômica global que eclodiu em fins de 2008.

Em 2014, a quantidade de energia utilizada pelas indústrias no País atingiu 178.055 GWh, baixa de 3,6% em relação a 2013. Já o setor de comércio e serviços liderou mais uma vez a expansão do consumo de energia, com aumento de 7,3% em 2014, totalizando 89.819 GWh.

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