Alta na confiança e no consumo anima o comércio

Ampliação do horário de funcionamento das lojas na Capital também deve contribuir para acelerar as vendas em 2018

Escrito por Redação ,

Impactado pelas altas taxas de desemprego, pelo aumento da inadimplência e pela queda da renda das famílias, o comércio foi um dos segmentos mais afetados pela crise econômica nos últimos dois anos. Nesse período, muitos estabelecimentos fecharam as portas e demitiram funcionários. Mas ao longo de 2017, o cenário começou a mudar, embora não na velocidade que alguns esperavam. Agora, as perspectivas para o próximo ano são otimistas, com maior confiança por parte dos lojistas.

O setor de serviços, que corresponde a 75% do Produto Interno Bruto (PIB) cearense, apresentou crescimento de 1,91% no terceiro trimestre e de 0,55% no acumulado do ano. Para os analistas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), o setor, que tem no comércio varejista seu principal segmento, deve ser o mais relevante para o crescimento do PIB estadual no quarto trimestre de 2017. Segundo dados do Ipece, o comércio no Estado acumulou alta de 2,28% nos três primeiros trimestres do ano, registrando crescimento de 6,65% apenas no terceiro trimestre.

"Este ano foi muito difícil, mas já foi um pouco melhor do que 2016. E a gente deve fechar 2017 com um crescimento entre 2% e 3%", projeta Assis Cavalcante, presidente eleito da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza.

Novo horário

Para 2018, pelo menos na Capital cearense, o comércio espera estimular as vendas com a ampliação do horário de funcionamento das lojas, mudança aprovada pela Câmara Municipal, que permite em algumas zonas da cidade que os estabelecimentos funcionem 24 horas ou até meia noite.

"A elasticidade do horário do comércio, nos shoppings e no Centro da Capital, vai nos proporcionar um calendário em que a loja fica mais tempo aberta, fazendo com que o lojista venda mais", diz Assis Cavalcante. "Nos sábados, isso já tem dado bons resultados. E no próximo ano isso deve se consolidar em Fortaleza", completa.

Consumo

Na avaliação dos analistas do Ipece, o crescimento do nível de consumo das famílias também devem impactar positivamente o comércio. "Do meio do ano para cá, a economia se desvinculou da política. A inflação ficou sob controle, as pessoas perderam o medo do desemprego e voltaram a comprar. Embora esse movimento ainda esteja tímido, a expectativa é de que em 2018 ele se intensifique".

Reformas

Com a maior flexibilidade dos contratos trabalhistas, Assis Cavalcante acredita que o setor, além de gerar mais empregos, poderá trabalhar de forma mais eficiente, reduzindo custos operacionais. "A reforma trabalhista vem ajudar demais nas contratações, dá mais segurança jurídica, gera mais dinheiro, mais renda e mais imposto. O ano que vem será a consolidação dessa reforma", diz. "Além disso teremos eleições, quando tradicionalmente circula mais dinheiro no mercado".

O presidente da CDL Fortaleza também cita o início das operações do hub da Gol, Air France, KLM como um dos fatores que beneficiará o setor de serviços como um todo, injetando mais dinheiro na economia cearense. "No mês de julho nós fomos o primeiro destino turístico do Brasil e com o hub, o resultado será fantástico para toda a Região Metropolitana de Fortaleza. Por essas razões, temos a esperança de dias melhores, esperamos que o governo acerte, que nós possamos escolher um bom presidente, que tenha um governo que deixe a iniciativa privada encontre seu caminho. As perspectivas são boas, mas a reforma da Previdência tem de sair". 

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