Alimentação fora de casa sobe 1,5% no 1º semestre

Escrito por Redação ,
Legenda: Entre os itens da alimentação fora do domicílio, a refeição foi o que mais subiu, registrando um incremento de 1,76% nos preços
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

Responsável por consumir a maior parte do orçamento doméstico, a alimentação tem apresentado preços menores em 2017s, contribuindo para conter o avanço da inflação em Fortaleza, que ficou em 1,50% no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alimentação dentro do domicílio, que representa quase um quarto da composição do IPCA, recuou 1,71% no acumulado de janeiro a junho, resultado bem diferente do verificado em igual período do ano passado, quando comer em casa ficou 8,15% mais caro.

d
O mesmo comportamento, contudo, não foi registrado para a alimentação fora de casa, que continuou a subir no primeiro semestre deste ano, ainda que em um ritmo menor que o verificado em igual período de 2016. No acumulado dos primeiros seis meses de 2017, a alimentação fora do domicílio teve um aumento de 1,33% em Fortaleza, mas abaixo da média nacional (1,99%) e sendo a terceira menor entre as 13 capitais pesquisas pelo IBGE, à frente apenas de Belém (0,82%) e Salvador (0,79%).

No entanto, em um cenário de recessão econômica, desemprego em alta, endividamento, incertezas políticas e comprometimento do poder de compra, qualquer alta de preços faz diferença no equilíbrio financeiro daqueles que precisam comer fora do lar. Dessa forma, mesmo muito pequeno, o aumento pesa no bolso do consumidor. "Além da inflação, o consumidor tem sentido o orçamento mais apertado, com mais pessoas desempregadas na família", afirma o economista Alex Araújo. "Apenas com o aumento do nível de emprego, a gente vai ver alguma mudança", acrescenta.

Sobre a inflação de Fortaleza ter ficado abaixo da média nacional, Araújo, diz que isso se deve, dentre outros fatores, aos diferentes itens da cesta básica regional e pelo aumento da safra local, que se recuperou com as chuvas deste ano. "Com as chuvas mais regulares, a oferta aumentou", ele diz.

Refeições

De acordo com os dados do IPCA, no caso da alimentação fora do lar, o maior aumento ocorreu na refeição, cujo preço subiu 1,76%. Em seguida, aparecem o lanche (1,52%) e os doces (0,73%). As únicas deflações foram na cerveja, cujos preços recuaram 0,38%, e em outras bebidas alcoólicas, com queda de 2,07%.

"O processo de deflação decorre, basicamente, do movimento brutal de queda da demanda", diz Alex Araújo. "Isso atinge praticamente todos os setores, afetando principalmente aqueles produtos que não são essenciais", completa.

Ajuste

Para o presidente do Sindicato dos Bares, Restaurantes, Buffets, Barracas de Praia e Similares do Estado do Ceará (Sindirest-CE), Moraes Neto, os preços devem voltar a se ajustar e a alimentação fora do lar deve baratear. "Muita gente tem preparado a alimentação em casa e levado para o trabalho com o objetivo de reduzir custo", diz.

Ele também avalia os altos níveis de desemprego tem levado muita gente a ficar em casa, portanto, comer no domicílio. "Com essa situação toda, há mais gente em casa. Entretanto, eu acredito que esses preços venham a ficar em um equilíbrio, não haverá uma queda significativa, mas eu creio que tão logo a economia volte à normalidade, a gente deve chegar a um equilíbrio", destaca o presidente do Sindirest-CE.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.