África se abre para investidores do Ceará

Carentes de recursos para investimentos em vários setores, países do leste africano buscam parcerias no Ceará

Escrito por Redação ,
Legenda: Integrantes do Instituto Brasil África, Marcos Brandalise e João Bosco, alertam para as oportunidades de negócios no continente africano
Foto: FOTO: TUNO VIEIRA

Assim como foi o Brasil para investidores americanos e europeus na década de 1970, agora é a África que se apresenta ao mundo, ao Brasil e ao Ceará e demais Estado como "Eldorado" para investimentos e geração de riquezas em diversas áreas e setores econômicos. A comparação é de Marcos Brandalise, conselheiro do Instituto Brasil África e diretor da BrazAfric Enterprises LTD, empresa de representação, importação e exportação, que há anos atua na aproximação de empresas e geração de empreendimentos entre os dois países.

Moderador do painel sobre agricultura, do 2º Fórum Brasil África, que transcorre em Fortaleza, nestas quinta e sexta-feiras, dias 28 e 29, Brandalise revela que várias portas para investimentos estão abertas em muitos países do leste da África, inclusive com incentivos fiscais e contrapartidas que podem chegar a 70% do valor a ser aplicado por investidores. "Na Etiópia, o governo banca 70% do investimento de quem pretender empreender lá", aponta o executivo.

"O empresário cearense, o brasileiro deve olhar mais para as oportunidades (de negócios e de empreendimentos) que a áfrica tem a oferecer", sugere Brandalise, segundo quem empresas de São Paulo, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul já descobriram o "filão de oportunidades" que o país africano vem apresentando ao mundo. "Os indianos e chineses, então, estão entrando muito forte na África", alerta o executivo.

Setores

Segundo ele, os países do leste africano, notadamente os da região do "Chifre da África", que ficam mais ao Norte, estão abrindo e criando oportunidades em diversas setores, sobretudo nas áreas de agricultura, infraestrutura, saúde, educação e energias renováveis. "Quase 80% da agricultura é feita por pequenos agricultores, de forma manual, e o interesse dos governos é transformar isso em pequenos negócios", destaca o executivo.

Conforme disse, a mecanização agrícola, equipamentos elétricos, melhoramento genético, técnicas de manejo de solo e de produtos agrícolas, e equipamentos de irrigação são segmentos ainda muito incipientes na África. Para o Ceará, ressalta Brandalise, reproduzir lá a experiência da fruticultura, do agronegócio desenvolvidos aqui, é uma grande oportunidade ainda pouco explorada.

Ele lembrou da proximidade dos países do Norte da África, com a Europa, a Ásia, via oceano Índico, e Oriente Médio; grandes mercados consumidores de frutas tropicais, como o melão e a manga produzidos no Ceará.

"O agronegócio é um excelente negócio na África", acrescenta o presidente do Instituto Brasil África, João Bosco Monte, segundo quem as oportunidade "os caminhos" se abrem para construção de estradas e rodovias, eletrificação rural e energia renováveis, como solar e eólica.

'Bola da vez'

Outras áreas com grande carência de investimentos são a educação e a saúde, seja na construção de escolas, como na produção de medicamentos, vacinas etc. Para ambos, o mercado africano está mais aberto para os empresários cearenses e brasileiros, tendo em vista as facilidades de relacionamento, a proximidade, o clima, o solo e a própria empatia existente entre os povos desses países. "O que a África precisa é de empresários que queiram plantar, regar e colher. A África é a bola da vez", diz Brandalise.

Mais informações:
O 2º Fórum Brasil África será realizado no Hotel Gran Marquise em Fortaleza, amanhã, e sexta-feira, dias 28 e 29 de agosto
www.forumbrasilafrica.com

Carlos Eugênio
Repórter

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