Aeroporto fechou 2017 com caixa de R$ 44,4 mi

Relatório traz dados que tratam exclusivamente das operações da empresa alemã no terminal cearense

Escrito por Bruno Cabral - Repórter ,
Legenda: No relatório, a empresa ressalta que, como passou a operar apenas em janeiro, ficou imune aos riscos de mercado no ano passado
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

O Aeroporto Pinto Martins, que desde o dia 2 de janeiro deste ano é administrado pela alemã Fraport, fechou o ano de 2017 com um prejuízo de R$ 19,8 milhões. No entanto, o resultado está diretamente relacionado ao pagamento pelo direito de concessão no valor de R$ 426,9 milhões. Mesmo com o prejuízo, o empreendimento encerrou o ano passado com R$ 44,4 milhões em caixa, que deverão ser destinados à operação do aeroporto da Capital. 

Os dados são do Relatório Fraport Brasil S.A. Aeroporto de Fortaleza, segundo o qual o valor do ativo era de R$ 1,046 bilhão, no dia 31 de dezembro de 2017. No documento, consta o compromisso com o poder concedente, estabelecido no contrato de concessão, no valor de R$ 565,5 milhões. “Isso sinaliza a obrigação de realizar os investimentos de ampliação e modernização do aeroporto”, diz o economista Allisson Martins. 

Já as despesas administrativas no exercício de 2017 foram de R$ 12,3 milhões, sendo R$ 4,8 milhões com serviços de terceiros, R$ 4,7 milhões com pessoal e encargos, dentre outros.

A companhia destaca ainda que, como passou a operar apenas em janeiro, as atividades exercidas durante 2017 não a expuseram a riscos de mercado (câmbio, taxa de juros, fluxo de caixa e risco de preço), risco de crédito e risco de liquidez. “A gestão da Companhia está preparada para minimizar os efeitos de volatilidade do mercado financeiro que irá enfrentar a partir do exercício de 2018”, acrescenta no documento.

Contrato

O contrato de concessão entre a Fraport e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para operação do Aeroporto Pinto Martins, foi assinado em 28 de julho de 2017, com prazo de 30 anos com data eficácia em 29 de agosto de 2017, período durante o qual a companhia exercerá atividades de ampliação, manutenção e exploração do equipamento.

Dividido em quatro fases, o contrato prevê a transferência das operações da Infraero para a concessionária, etapa iniciada em 29 de agosto do ano passado; a ampliação do aeroporto pela concessionária para adequação da infraestrutura e melhoria do nível de serviço; demais fases de ampliação, manutenção e exploração do aeroporto para recomposição total do nível de serviço estabelecido no Plano de Exploração Aeroportuária (PEA); e demais fases de ampliação, manutenção, exploração do aeroporto, para atendimento aos Parâmetros Mínimos de Dimensionamento previstos no PEA. 

Primeiros resultados

O relatório de administração de 2017, apresenta as primeiras demonstrações financeiras apresentadas pela companhia. Procurada para comentar os resultados de 2017, a Fraport disse, por meio da assessoria de imprensa, que não iria se manifestar.

Movimentação

O Aeroporto Pinto Martins encerrou o ano de 2017 como o terceiro mais movimentado da região Nordeste, de acordo com dados do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. No ano passado, 5,89 milhões de passageiros passaram pelo terminal cearense, um crescimento de 4,53% em relação a 2016, enquanto 7,64 milhões de passageiros passaram por Salvador, que avançou 0,86%, e 7,71 milhões no Recife, que cresceu 13,2%.

Considerando todos os aeroportos do País, o de Fortaleza ficou em 12º lugar, atrás de Guarulhos (37,4 milhões) e Congonhas (21,5 milhões), ambos em São Paulo; Brasília (DF), com 16,7 milhões; Galeão (RJ), 16 milhões; Confins (MG), com 10 milhões; Campinas (SP), 9,2 milhões; Santos Dumont (RJ), 9,1 milhões; Porto Alegre (RS), 7,9 milhões; Recife, Salvador e São José dos Pinhais (PR), 6,6 milhões. Considerando a movimentação de cargas, o Aeroporto de Fortaleza ultrapassou o terminal de Salvador e encerrou o ano em segundo lugar no Nordeste e em oitavo no País. Foram 37,2 mil toneladas de carga que passaram pelo terminal cearense, uma alta de 4,64% ante o ano anterior, enquanto 43,8 mil toneladas passaram pelo do Recife e 31,7 mil por Salvador.

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