Aeroporto de Fortaleza na mira da Inframerica

A empresa também mostrou interesse nos outros três terminais que serão concedidos à iniciativa privada

Escrito por Redação ,

São Paulo/Rio. A Inframerica Aeroportos (Grupo Corporación America) irá analisar os editais dos aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza, que serão concedidos dentro do contexto do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), afirmou o CFO da empresa, Paulo Junqueira Filho.

"Estamos olhando os quatro aeroportos. Se vamos efetivamente fazer propostas pelos quatro, vai depender das condições de cada um. As condições ainda vão ser delineadas no edital, há elementos importantes dos próximos leilões que ainda não sabemos exatamente", disse.

O posicionamento do executivo ocorre após a Secretaria de Aviação Civil (SAC) sinalizar que não haverá cláusula de barreira no leilão dos quatro aeroportos - com isso, a Inframerica, que já é concessionária dos aeroportos de Natal (RN) e Brasília (DF), não estaria impedida de disputar os ativos localizados no Nordeste. "Sempre achamos um absurdo (a cláusula de barreira), aeroporto é um setor que tem muito pouca competição entre os players", salientou Paulo Junqueira Filho.

Em busca de parceiros

Sobre a eventual saída da Inframerica sair das atuais concessões de aeroportos, o CFO afirmou que a companhia busca parceiros para os projetos no Brasil, mas ressaltou que não há interesse de deixar os atuais ativos. "Outro operador (como parceiro) faria menos sentido, mas não estamos fechados a essa oportunidade", disse ele.

Quanto ao modelo de pagamento das outorgas dos aeroportos a serem concedidos, Junqueira avaliou que a nova modelagem afasta "aventureiros" dos leilões. "Só vem quem tem caixa grande", disse.

Pelas regras dispostas no PPI, o vencedor do leilão terá de pagar, no ato, 25% do valor de outorga e a integralidade do ágio estabelecido em relação à outorga - após os desembolsos iniciais, há um período de carência de cinco anos e, passado esse intervalo, os 75% restantes da outorga deverão ser quitados.

"Quanto eu começar a pagar (o restante da outorga), não vou pagar o saldo linear, vou pagar uma curva crescente. Minha expectativa é que a curva crescente acompanhe o crescimento de passageiros e a geração de receita do aeroporto", ponderou.

Amenizar incertezas

Os bancos públicos e os de fomento internacionais trabalham para reduzir o risco cambiais aos investidores que participarem dos leilões, segundo o secretário do PPI, Moreira Franco. "Quando o câmbio é muito variável, os investidores têm receio da instabilidade", afirmou o ministro, após apresentar palestra na feira Rio Oil&Gas, no Riocentro.

Técnicos do Banco do Brasil, da Caixa e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), junto do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, estudam uma modelagem de financiamento que reduza o peso das variações do real frente ao dólar no resultado dos negócios.

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