Aeródromo de Cascavel deve operar em 2019

Com R$ 80 milhões de investimento, o empreendimento já recebeu outorga da SAC para a implantação

Escrito por Bruno Cabral - Repórter ,
Legenda: Pista deve servir como alternativa para o Aeroporto de Fortaleza

Está previsto para 2019 o início das operações do primeiro aeródromo civil público do Norte e Nordeste, que será construído no município de Cascavel, a 60 km de Fortaleza. A aprovação do plano de outorga para o Aeródromo Arvoredo Fly-In foi homologada no dia 18 de novembro pela Secretaria da Aviação Civil (SAC). As obras devem começar no início de 2016, com prazo de três anos para a conclusão. Conforme o Diário do Nordeste antecipou com exclusividade, em junho deste ano, o investimento previsto para a construção do empreendimento é da ordem de R$ 80 milhões, oriundos exclusivamente do grupo cearense Arvoredo.

Com uma pista de pouso de 1.720 metros de comprimento e 30 metros de largura, o aeródromo poderá receber aviões de pequeno, médio e grande porte. O equipamento será voltado para atender as demandas da aviação civil geral e executiva privada, como serviços de táxi-aéreo e de cargas. Apenas voos comerciais regulares e voos charter não poderão operar no novo aeródromo.

Capacidade

"O Arvoredo Fly-In estará para Fortaleza como o Campo de Marte está para São Paulo", resume Athayde Neto, diretor executivo do empreendimento.

De acordo com Athayde, o projeto prevê uma capacidade de operação de até 13.500 pousos e decolagens por ano. "Teremos capacidade para 250 aeronaves residentes, e capacidade para operar um fluxo de 350 aeronaves com tranquilidade, com pelo menos 10 mil pousos e decolagens por ano", ele diz.

Captação de clientes

A ideia do grupo Arvoredo é atrair as mais de dez empresas que hoje operam no antigo terminal do aeroporto Pinto Martins, tanto de táxi-aéreo como prestadoras de serviços de manutenção. Para efeito de comparação, o estado do Ceará tem hoje cerca de 320 aeronaves cadastradas.

"Nós não vamos concorrer com o Pinto Martins. Pelo contrário. Nós vamos servir para desafogar o modal (aéreo). As empresas de táxi-aéreo estão ansiosas para que a gente comece a nossa obra porque vai desafogar o modal. E a tarifa que nós vamos praticar vai ser entre 40% e 45% inferior à do Pinto Martins", diz Athayde.

Pista alternativa

Além de desafogar o tráfego do aeroporto internacional de Fortaleza, o Arvoredo Fly-In deve servir também como pista alternativa ao Pinto Martins, em caso de uma eventual interdição de sua pista de pouso.

Além de custos operacionais menores, outra vantagem em relação a outros aeroportos é que o Arvoredo Fly-In não deve apresentar problemas de congestionamentos de slots (horários pré-definidos para pousos e decolagens, no jargão aeronáutico), usados pelas empresas de aviação comercial regular, já que o aeródromo não terá controle de torre.

Serviços

O Arvoredo Fly-In oferecerá serviços de hangaragem (guarda de aeronaves) para 250 aeronaves, abastecimento, manutenção, limpeza e contará com um centro administrativo para as empresas instaladas. A expectativa é de que sejam gerados 350 empregos diretos e mais de 1.500 indiretos.

"Hoje, o empresário daqui vai para o Rio de Janeiro ou São Paulo para fazer a manutenção de suas aeronaves, então nós queremos oferecer, aqui, essas oficinas para que atendam as aeronaves do Norte e do Nordeste", diz Athayde.

Segundo o diretor executivo, o aeródromo de Cascavel também estará habilitado para atender o segmento de instrução de voo. O Arvoredo Fly-In ficará numa área de 38 hectares. O projeto está dimensionado para suportar uma taxa de crescimento de 15% ao ano durante 10 anos. Atualmente, a pista de pouso já está em obra, com a terraplenagem já feita.

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