57% da população já compraram item pirata

Escrito por Redação ,
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CDs e DVDs são os artigos "copiados" mais comercializados no Nordeste, de acordo com pesquisa da Fecomércio

Mais da metade dos nordestinos (57%) já compraram algum produto pirata este ano. O dado é da pesquisa da Fecomércio-RJ/Ipsos, que abaliza o que já é observado com frequência nas ruas de diversas cidades do País. E é o CD o artigo "copiado" mais comercializado no Nordeste, com 79% dos pesquisados afirmando esse tipo de compra. Enquanto isso, 75% também admitem levar DVDs piratas para casa; 12% optam por roupas, e 7% compram também óculos pirateados. O motivo de tanta movimentação no comércio ilegal é mesmo o preço. 95% das pessoas dizem só comprar esses itens, porque são mais baratos. A média dos entrevistados nordestinos disse que para não comprar CDs ou DVDs piratas, o preço dos originais haveria de ser, pelo menos, 46% menor do que é praticado no mercado legal.

Impacto

Na Capital cearense, segundo o presidente da Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza (Ascefort), João Maia Santos Júnior, o comércio ilegal assusta. Ele afirma que só a rua José Avelino, onde já se instalou uma feira, que acontece duas vezes por semana, sobrepõe em duas vezes o faturamento do comércio legal do Centro.

"O que mais prospera é a economia informal em Fortaleza. Infelizmente essas feiras viraram referência e impedem o crescimento da cadeia comercial. As lojas chinesas no Centro, por exemplo, estão sempre cheias, faturando livremente e concorrendo de forma desleal com o comércio formal e legal", desabafa Maia Júnior.

Fora da lista

Há, porém, alguns produtos "falsificados" não seduzem tanto os consumidores. 31% não compraria, por exemplo, equipamentos eletrônicos e perfumes. Especialistas alertam que um dos problemas no comércio de piratas é também uma questão de risco à saúde, como no caso de óculos e cosméticos.

No Brasil

A pesquisa da Fecomércio-RJ/Ipsos também revela que o consumo de produtos piratas pela população em todo o País cresceu entre 2010 (48%) e 2011 (52%). Esta é a primeira vez desde o início da pesquisa (2006) em que mais da metade dos brasileiros entrevistados admitiu ter comprado algum produto pirata no ano.

Transformando este percentual em números absolutos, aproximadamente 74,3 milhões de pessoas contribuíram para o aumento nas vendas desses itens, ante 68,4 milhões no ano passado. Ou seja, cerca de 6 milhões de brasileiros que não consumiam produtos piratas em 2010 passaram a comprá-los este ano.

Adesão das classes A e B

Para quem pensa que esse comércio tinha um público apenas entre a população das classes C e D, um dado alarmante revelado pelo levantamento é a significativa adesão das classes A e B ao consumo de produtos piratas de um ano para o outro. Em 2010, 47% dos entrevistados destas classes afirmaram que adquiriram algum item dessa natureza. Este ano, 57% dos "mais ricos" admitiram ter comprado produtos falsificados.

Preço

95% dos nordestinos dizem só comprar itens falsificados e cópias, porque são mais baratos que os originais do mercado

ANA CAROLINA QUINTELA
REPÓRTER
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