Família de Moïse afirma ter sofrido intimidações de PMs ao buscar informações sobre o crime

O assassinato aconteceu no último dia 24 de janeiro

Escrito por Redação ,
Congolês
Legenda: Congolês Moïse Kabagambe foi morto a pauladas em quiosque onde trabalhava no Rio de Janeiro
Foto: Reprodução/Facebook

A família do congolês Moïse Kabagambe, morto a pauladas em um quiosque na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, contou que sofreu intimidações por dois PMs quando buscava saber sobre o homicídio. As informações foram publicadas pela Folha de São Paulo e confirmadas pelo G1.

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Familiares de Moïse acusam os agentes de cometer três intimidações, alguns dias depois do crime, quando o caso ainda não tinha se tornado público. O congolês foi morto no dia 24 de janeiro. A família disse à Folha que tinha ido ao quiosque para saber o que havia acontecido com Moïse. Os PMs, segundo os parentes, interferiram nas perguntas.

“O policial fardado com arma, pedindo seu documento com aquele tom de voz, daquele jeito da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Eu sou negro, já passei por batida policial quando estava com uniforme de serviço indo trabalhar, aí você não está uniformizado, começam a te perguntar... Quem não fica intimidado?”, afirmou um tio do congolês.

De acordo com o G1, a Polícia Militar informou que “todas as questões pertinentes ao caso estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital”.

Ato no quiosque

Uma manifestação de cerca de 50 jovens foi realizada no fim da madrugada desta quinta-feira (3) para pedir justiça por Moïse e outras vítimas de racismo no Brasil. O ato foi em frente ao quiosque Tropicália, onde o congolês trabalhava e foi espancado até a morte.

Os manifestantes vestiam preto e ocuparam uma faixa da avenida Lúcio Costa. Eles chegaram a colocar fogo em pneus na via.

Dono de quiosque vizinho deve depor

O policial militar Alauir Mattos de Faria, dono do quiosque Biruta, vizinho ao Tropicália, tem depoimento marcado para esta quinta na Delegacia de Homicídios do Rio. Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, um dos três agressores presos nesta terça (1°) trabalhava como garçom no local.

Em depoimento à polícia, Aleson disse que as agressões foram para "extravasar a raiva" que estava sentindo porque, segundo ele, o congolês estava "perturbando há alguns dias".

Todos presos disseram que não tiveram a intenção de matar, mas a Polícia entendeu que eles não deram chance de defesa à vítima e usaram um meio cruel. Por isso, vão responder por homicídio duplamente qualificado.

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